
O vice-presidente do PMDB cearense, Gaudêncio Lucena, afirmou, nesta noite de terça-feira, que a decisão do partido de sair da base oficial foi “justa e seguiu a tradição de sua história, de ficar ao lado o povo”. Ele reconhece que o partido tem o vice-presidente da República, no caso Michel Temer, e adiantou que, no dia 17 próximo, a bancada federal deve endossar o impeachment já que é desejo da maioria do eleitorado.
“O povo se sentiu traído pelos compromissos de campanha. Dilma reassumiu o poder e fez inversamente aquilo que prometeu nos palanques”, disse Gaudêncio, também vice-prefeito de Fortaleza, reiterando que Temer era apenas o candidato a vice e foi eleito na chapa. “Os compromissos do PMDB com o povo permanecerão”, reiterou o vice-prefeito, observando que o que está em julgamento hoje são crimes de responsabilidade fiscal (pedaladas fiscais) e não eleitorais”, acentuou.
Gaudêncio ressaltou que se Dilma vier a ser afastada em função de crimes fiscais, a ação de responsabilidade eleitoral, que tramita no TSE contra a chapa, perderá o objeto e assim o vice-presidente poderá assumir.
“Uma coisa temos certeza: tudo está sendo feito de acordo com princípios democráticos e endossado por juristas de nome como Miguel Reale Jr. e Hélio Bicudo”, acentuou Gaudêncio, adiantando que no Ceará os cargos que o PMDB ocupa já estão à disposição do governo federal, no caso do BNB e Companhia Docas, por exemplo.
Sobre a acusação de que o PMDB agiu por oportunismo, Gaudêncio rebateu e lembrou que em 1992 a população se sentiu “traída pelo caçador de marajás, no caso Fernando Collor e apoio o afastamento dele”. Destacou que tudo está sendo feito à luz da Constituição.