De Ana Roberta Pereira, representante da Associação de Portadores de Alergia Alimentar do Ceara (APAACE), recebemos a seguinte nota, em tom de cobrança. Confira:
Prezado Eliomar de Lima,
Sou representante da associação de portadores de alergia do Ceara (APAACE) e gostaria de solicitar que o Sr. fizesse uma matéria com o assunto abaixo:
O racionamento/falta de um alimento imprescindível para bebês e crianças com APLV (Alergia à Proteína do Leite de Vaca), e outras alergias, no Estado do Ceará, tem causado transtorno a mães e pais sem condições financeiras para comprar o produto, denominado Neocate e Pregomin, que tem a função de um “leite especial”.
A maioria dessas crianças dependem exclusivamente dessas formulas e, sem a fórmula, ficam vulneráveis a vários tipos de reações alérgicas. Há casos em que a ingestão de um alimento inadequado provoca o bloqueio da glote (fechamento da laringe que atua na respiração).
O fornecimento das latas, feita pelo governo do Estado do Ceará, está irregular desde o inicio de Janeiro, deixando desesperados os pais das crianças. Todos os anos passamos pela mesma problemática. Os pais têm de se submeter a vários telefonemas diários, para o posto de entrega, a fim de saber se o produto chegou, essas ligações muitas vezes não são atendidas e os pais ,vindos de todo estado do Ceara , chegam ao local de distribuição e recebem apenas 2 latas para o mês todo, onde a necessidade é de em média 10 latas. Essa irregularidade, além de prejuízos para saúde crianças, gera custos para as mães que muitas vezes retornam de mãos vazias, tendo custos com transporte,alimentação , estadia e tendo que retornar mais de 3 vezes no mês, sem uma certeza de que vai receber,pois nenhuma previsão é fornecida.
Famílias inteiras têm se desdobrado para obter o alimento, a saída para muitos dos necessitados foi apelar para a ajuda dos vizinhos, amigos e parentes, na busca de amenizar este verdadeiro drama e comprar a formula. Muitas mães ficam diluindo o produto, para usar menos, com medo de que acabe. Vivem com medo, pensando, a cada lata que acaba: e depois?
Por mês, o lactante precisa de cerca de 10 latas dessa formula, cujo preço gira em torno de R$ 150 a lata.
Na última quarta-feira, 16 houve uma audiência pública na Promotoria de Defesa da Saúde Pública, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Representantes da secretaria de saúde foram Questionados acerca da irregularidade na entrega das fórmulas especiais aos pacientes portadores de alergia alimentar, os representantes da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) informaram que, no momento, o órgão só dispõe de estoque suficiente para atender a demanda por mais 15 dias e por esse motivo não podem atender de forma regular. Hoje, mais de 3 mil crianças, dependem dessa formula no estado do Ceara. Existem uma ação civil Publica movida no ministério publico e esta sendo descumprida, nem as crianças com mandado Judicial recebem de forma regular.
* Associação dos Portadores de Alergia Alimentar do Ceará (APAACE)