Editorial do O POVO deste sábado (16) ressalta a instalação de sete binários em Fortaleza, ao final de junho, além de faixas exclusivas e ciclofaixas no trânsito da cidade. Confira:
A Prefeitura de Fortaleza anunciou mais uma intervenção no âmbito de um conjunto que já pode ser considerado a mais ousada política de mobilidade urbana da história recente da Capital. No próximo dia 25, começam as obras do binário da Parangaba, entre a avenida Germano Franck e a rua Barão de Canindé. A ação se situa no estrangulado entorno do terminal de ônibus da Parangaba com vias que fazem conexão com diversas áreas da Cidade.
Um dos principais objetivos da intervenção é instalar a faixa exclusiva de ônibus, ligando o Terminal da Parangaba ao Montese. Portanto, busca-se conceder maior velocidade e conforto ao sistema de transporte coletivo que liga populosos bairros da Cidade. O projeto prevê que a Barão de Canindé terá sentido norte-sul (Montese/Parangaba) entre a Barão de Sobral e a Germano Franck, que ganhará no sentido inverso (Parangaba/Montese).
Na entrevista comandada pelo prefeito Roberto Cláudio, a Prefeitura anunciou que duplicará cerca de 500 metros da movimentada avenida Germano Franck. O conjunto de obras promoverá ainda a recuperação das calçadas, drenagem, terraplanagem e nova pavimentação nas vias. Na sequência da política de incentivo ao uso de bicicletas, serão construídas vias exclusivas (em dois sentidos) para ciclistas.
Ao fim dessa obra, previsto para junho, Fortaleza terá sete binários em um conjunto iniciado em 2014 a partir da implantação do binário Santos Dumont/Dom Luís. Portanto, com dois anos de experiência do sistema, será possível uma avaliação mais segura sobre o funcionamento.
Não há dúvidas acerca das virtudes de criar leitos exclusivos para o trânsito de ônibus. Eles transportam mais de um terço da população da Cidade e, portanto, precisam ser priorizados. Fica a pergunta: o sistema promoveu os benefícios esperados? O ideal é que a resposta seja conjunta envolvendo a Prefeitura, os operadores privados do sistema e os usuários.
Quanto às vias para as bicicletas, é notório que a maior parte dos potenciais usuários ainda não aderiu. As faixas parecem ser mais usadas para lazer e esporte do que para a mobilidade cotidiana. Ainda se trata de uma aposta para o futuro.
Que seja para breve.