Editorial do O POVO desta quinta-feira (14) avalia que a degradação de praças ocorre por falta de cultura urbana de boa parte dos usuários desses espaços públicos. Confira:
Um dos grandes desafios das cidades é manter em boas condições os equipamentos públicos entregues à população. O caso das praças é desanimador. Um caso em especial apresentado na edição dessa quarta-feira (13), do O POVO, é exemplar. Com o título “Praça inaugurada em julho na Praia do Futuro já apresenta problemas”, a reportagem mostrou a rápida degradação de um espaço que levou anos para ser reformado e que custou muito caro ao contribuinte.
A nova praça entregue em julho de 2015 teve sua reforma iniciada em 2011. Depois de seguidas paralisações, falta de verbas, problemas na licitação e um investimento de
R$ 5,8 milhões (valor acima do previsto no projeto), a Prefeitura entregou ao desfrute dos cidadãos um logradouro com 25 mil metros quadrados completamente reformado.
Em pouco tempo, os sinais de degradação já são vistos a olhos nus. Quadra de vôlei de areia cheia de pedras, quadras poliesportivas sem redes nas traves e nas cestas, lixeiras enferrujadas (não é boa ideia equipamentos de ferro naquela área), gramados sem aguação, arborização deficiente e grades vandalizadas. Tudo pode ser facilmente identificado.
Do ponto de vista legal, cabe à Prefeitura a responsabilidade pela conservação das praças. Porém, sabe-se que o setor público não tem recursos nem pessoal suficiente para cuidar adequadamente desses espaços, tarefa que é atividade fim do município. Sendo assim, a Prefeitura precisa encontrar um formato que garanta o bom estado das praças.
Na outra ponta, é óbvio que a degradação ocorre por falta de cultura urbana de boa parte dos usuários desses espaços. O vandalismo é uma prática recorrente nas praças de Fortaleza. É a mesma lamentável cultura que torna cotidiano o descarte inadequado do lixo, comportamento que multiplica os monturos na Cidade.
Nesse quadro deplorável, há um ou outro bom exemplo que pode servir de referência. Inaugurada há um ano e seis meses, a Areninha Campo do América mantém ótimas condições de manutenção. A área é controlada pelo Conselho Gestor Comunitário, que envolve representantes da Prefeitura e da comunidade beneficiada. Outra referência é o modelo de gestão da Praça Martins Dourado, no Cocó, que há anos se mantém muito bem conservada.
O caminho é reproduzir esses dois modelos nos logradouros públicos de Fortaleza.