Com o título “Fortaleza: verdes, maduros e podres”, eis artigo do advogado Reno Ximenes. Ele faz a pregação de que a cidade “nunca esteve tão planejada, urbana e ambientalmente, disciplinando o uso e o parcelamento do solo com responsabilidade e equilíbrio, evitando com pulso as famigeradas grilagens e privatizações de áreas públicas”. Confira:
Essa conversa fiada de ambientalistas conservacionistas em Fortaleza não passa de retórica política sorrateira, advinda de uma oposição que perdeu privilégios inconfessáveis e tenebrosas transações. Meio Ambiente é o espaço onde as pessoas vivem de forma sustentável, respeitando o ecossistema natural ou construído. Meio Ambiente é o habitat onde se vive, podendo ser de todas as cores e múltiplos sabores.
Fortaleza sabe de rios que foram aterrados, praças e áreas verdes que foram vendidas, parques que foram compensados por abomináveis predadoras floras orientais como o Nim, desequilibrando o ecossistema original. Tudo liderado no recente passado gestor ambiental da cidade.
Chega de demagogia de ambientalistas profissionais que vivem como gigolôs da crise ambiental artificial, para serem financiados pelos fundos internacionais ou escalados como mediadores de compensações ambientais na cidade, o que possibilita o enriquecimento político ou financeiro, ilicitamente, em decorrência do lobby do capital especulativo urbano. A esperança é verde e ela cansou de esperar por ações efetivas em defesa de toda a cidade.
Sejamos justos. Fortaleza tem feito muito e a vã filosofia hoje se alia ao vil metal, numa trincheira nada republicana.
Ambientalismo sustentável não é feito apenas de trajes de camuflagens ou do mero discurso de ilegítimos porta-vozes de minorias. É feito de rigor e pulso republicano na defesa intrépida e exclusiva do patrimônio público.
Uma cidade equilibrada exige um pensamento ecológico maduro e sustentável, não conservacionista, demagógico e utilitário, em espertos chamarizes para poucos ganharem com uma alienante compreensão e ultrapassado planejamento da cidade.
Fortaleza nunca esteve tão planejada, urbana e ambientalmente, disciplinando o uso e o parcelamento do solo com responsabilidade e equilíbrio, evitando com pulso as famigeradas grilagens e privatizações de áreas públicas, seja através de pactos sinistros em processos administrativos, seja em processos judiciais.
O ódio político tem limites e não pode ser irresponsável quando trata de questões difusas e coletivas.
A cidade é de todos. O seu maior desafio é diminuir a vergonhosa segregação econômica e social, que traz sequelas intransponíveis, como a violência, a guerra de classe e o subjugo de milhões de fortalezenses a uma elite egoísta, insensível, censitária e fútil.
*Reno Ximenes,
Advogado e fundador do Instituto Ambiental de Estudos e Assessoria.