O reitor Virgílio Araripe, do IFCE, anunciou, em entrevista a este Blog, que virá um corte de 40% nos recursos para custeio no Instituto. O fato gerou apreensão entre os servidores que, atualmente, estão mobilizados em torno de diversas reivindicações, com indicativo de greve já aprovado para 10 campi e reitoria. O anúncio reforçou a preocupação dos servidores com a situação do Instituto, que já vem sofrendo com dificuldades de pessoal e infraestrutura, falta de transparência e de cultura democrática e participativa, imposição de mudança de jornada de trabalho de 30 para 40 horas, entre outros temas que levaram à mobilização dos trabalhadores, reivindicando respostas da direção do IFCE.
“O novo corte de verbas, anunciado pelo reitor Virgílio Araripe, chegando a 40% dos recursos previstos para o IFCE, citando portaria do Ministério da Educação, representa um duro golpe para a nossa instituição e deixa ainda mais preocupados os servidores do Instituto, que já vêm lutando desde o ano passado contra grandes dificuldades, como a ameaça da retirada de direitos”, afirma Josias Valentim, integrante da Diretoria Colegiada do Sindicato dos Servidores do IFCE (SINDSIFCE). Ele ressalta ainda a restrição “imposta” pela Reitoria do IFCE à flexibilização da jornada de trabalho, o que obrigou muitos servidores a passar de jornada de 30 horas para 40 horas semanais.
“Enquanto o reitor Virgílio Araripe declara à imprensa que uma greve prejudicaria os estudantes, é preciso destacar que os estudantes já serão prejudicados com cortes nas verbas de assistência estudantil. Em alguns campi, esse corte chega a até 30%”, acrescenta o professor Josias Valentim.
Além disso, segundo Valentim, a atual situação do Instituto e os novos cortes de verba anunciados colocam em risco o próprio funcionamento de algumas das unidades do IFCE. “Se esses campi não tiverem condição de funcionamento, aí sim os estudantes serão prejudicados, deixando de concluir seus cursos”, acrescenta o integrante da Diretoria do Sindicato.
O professor lembra ainda que, diante do quadro de dificuldades nacionais, diversos institutos e universidades federais já entraram em greve, em diversos estados. No contexto do IFCE, há também informações sobre corte de 30% nos recursos destinados para a assistência estudantil.