O panorama da economia mundial ganha novos traços, formulando uma nova história que começa a ser escrita na VI Cúpula dos Brics – grupo formando por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – que será sediada em Fortaleza, nesta segunda-feira (14) e terça-feira (15), no Centro de Eventos. O encerramento acontece na quarta-feira (16) em Brasília.
“Mesmo que ainda não haja um grupo econômico formalizado, o evento é extremamente importante porque está decidindo assuntos mais homogêneos, de captação, como o Banco dos Brics e seu arranjo internacional, além de aprofundar a discussão sobre a moeda local que terá relação com o mercado internacional”, afirma o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), Henrique Marinho.
Para o Ceará, na visão de Henrique, trata-se de um marco, pois estará recebendo um evento de grande porte, onde empreendedores locais terão contato com importantes empresários de grandes potências, como China. “O Estado já provou que é capaz de sediar um grande evento de lazer e turismo, que é a Copa do Mundo. Agora, o Ceará será testado para o turismo de negócio”, diz.
O professor especialista em relações internacionais da Mackenzie, Francisco Américo Cassano, ressalta que, em meio a este novo panorama, o Banco dos Brics, que será o marco da institucionalização do grupo, apresenta-se como uma alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (BIRD), possibilitando maior independência e facilidade de crédito em moeda de aceitação universal (US$).
No entanto, o professor adverte que há obstáculos dentro dessa estruturação. “Ocorre que as instituições tradicionais (FMI e Bird) são rigorosas na concessão de crédito, pois se compõem de recursos dos próprios países membros. Dessa forma, têm que zelar por esses recursos e estabelecem regras e imposições duras a fim de garantir o retorno dos recursos concedidos aos países necessitados”, explica.
(O POVO)