Da coluna Valdemar Menezes, no O POVO deste domingo (15):
Muita gente ficou com “pulga na orelha” depois da súbita lentidão que se apossou do julgamento sobre a continuação dos embargos infringentes no ordenamento interno do Supremo Tribunal Federal, que todos tinham como certa de ser concluída na última quinta feira (12).
O ministro relator (e presidente da Corte), Joaquim Barbosa, de repente perdeu a sofreguidão de concluir o julgamento, como vinha sendo sua marca durante todo esse tempo. Faltando apenas um voto para a conclusão e tendo o votante já declarado ter o voto pronto, o presidente se apressou em postergá-lo para daí a uma semana. Para quê, hein?- perguntam muitos curiosos em Brasília e em todo o Brasil.
Deus tenha piedade do ministro Celso de Mello e lhe dê couro forte para suportar a artilharia pesada já devidamente apetrechada por certos segmentos poderosos para fazê-lo abjurar da coerência mantida até aqui na defesa técnica e doutrinária do devido processo legal e que teve na recepção aos embargos infringentes uma de suas maiores expressões como magistrado.
Teremos todos a oportunidade histórica de constatar que tipo de estofo judicante subsistirá nele depois das impiedosas pressões que desabarão sobre sua cabeça, provenientes dos setores que já tinham traçado um desfecho milimetricamente pré-determinado, cujo roteiro tinha de ser obedecido a pau e pedra.