Em artigo enviado ao Blog, o professor universitário João Arruda rebate o texto “100 dias e muito pouco a comemorar”, de autoria do vereador Ronivaldo Maia (PT), publicado no Blog nessa sexta-feira (12). Confira:
Como cidadão fortalezense e como observador do cotidiano da cidade, li, com perplexidade, o descabido e parcial artigo do nobre vereador Ronivaldo Maia, sobre os 100 dias da administração Roberto Cláudio. Sua leitura seria cômica se não fosse trágica, pois, afinal de contas, o ilustre vereador petista foi líder e legitimador exaltado do desastre e dos desmandos administrativos da prefeita Luizianne Lins e, com tal curriculum, não tem moral para criticar qualquer administração.
Ronivaldo Maia, sem o menor senso de autocrítica e sem nenhum compromisso com a verdade, começa, levianamente, lamentando as demissões de milhares de terceirizados e das exonerações de outros milhares de servidores que exerciam cargos de confiança da gestão anterior. Por questões óbvias, o nobre vereador esqueceu-se de dizer que a prefeitura tinha 29 mil funcionários terceirizados, alguns com salários até de R$ 8 mil, quando, rigorosamente, necessitava de menos da metade desse número de servidores, festival de bondade financiado com o dinheiro do sofrido contribuinte, tudo para atender à sua gulosa base política e aos seus asseclas petistas. Esqueceu-se de dizer, também, que o cargo de confiança, como é óbvio e ululante, é um cargo que deve ser ocupado por pessoa da inteira confiança do gestor.
Pelo peso das suas palavras, dá para deduzir que o nobre vereador está inconformado com o novo direcionamento ético-administrativo imposto pela atual gestão municipal, com diretrizes diametralmente opostas à administração do governo do qual era líder. Seu texto deve ter sido motivado pela saudade da gestão petista que, desde o primeiro momento em que assumiu o comando político da cidade, começou a por em prática o mais imoral aparelhamento da máquina administrativa, quando implementou o mais retrógrado clientelismo da história política de Fortaleza.
O nobre vereador deve estar lamentando a ausência do modelo que ele ajudou a consolidar, onde a cooptação da base parlamentar se dava de maneira desavergonhada, quando cada colega vereador aliado da prefeita tinha uma imoral grade de empregos, composta por centenas de terceirizados, de um número variável de diretores de hospitais, de centros de saúde e de escolas municipais onde, como era de se esperar, não se exigia do preposto indicado nenhuma qualificação para o cargo que iria assumir , tudo isso acarretando sérios prejuízos para a qualidade dos serviços que ofereciam aos munícipes.
Faltou ao nobre vereador a hombridade para reconhecer que o prefeito Roberto Cláudio recebeu uma grandiosa herança maldita, a começar por uma dívida de curto prazo superior a R$ 400 milhões, além de 87 obras inacabadas. Estes e outros fatos comprovam a total falta de competência e de planejamento da administração anterior. O nobre parlamentar omitiu de dizer, em seu hilariante texto, que Roberto Cláudio herdou o município com a penúltima pior educação do estado e com a quinta pior saúde pública entre as capitais do Brasil.
Ronivaldo Maia também não fez nenhuma referência às pegadinhas e falcatruas deixadas pela administração Luizianne Lins, como as contidas nas diferentes agências terceirizadoras, dentre elas a do IDGS, caixa preta que custou mais de R$ 240 milhões aos combalidos cofres municipais, e a imoral entrega, sem licitação, do Estoril e o Pavilhão Atlântico, dados respectivamente a um jornalista e a um advogado amigos da prefeita. Essa doação ilegal, por sinal, teve seu ato anulado logo nos primeiros dias da nova administração municipal.
Ao contrário da incompetência genética da administração Luizianne Lins, mentora do marasmo que durou sofridos oito longos anos, a administração Roberto Cláudio começou a trabalhar e a resgatar a autoestima da cidade ainda no primeiro dia da sua gestão. Com determinação, deu início às obras de mobilidade urbana que se encontravam paralisadas, autorizou o início das obras da “Nova Beira Mar”, do muro de arrimo do morro da Santa Terezinha, da Praça 31 de Março e de outras dezenas de obras que se encontravam paradas, entre elas as ligadas à Copa do Mundo.
Atendendo a uma antiga reivindicação da população de Fortaleza, Roberto Cláudio eliminou o pedágio da ponte do Rio Ceará – reivindicação antiga que a Luizianne se negou a atender. Na área da educação, além da regularização do calendário escolar, que desde 2007 acumulava atrasos, a administração Roberto Cláudio deu início a reforma de 79 escolas em caráter emergencial e inaugurou o primeiro dos 80 Centros de Educação Infantil.
Na área da saúde, setor sucateado na administração Luizianne Lins, foram autorizadas as reformas e ampliações de 75 dos 92 postos de saúde e a construção de 25 novos postos, além da contratação de profissionais da saúde e a compra de equipamentos e remédios. Reforçando o seu compromisso com a saúde pública da cidade, a cobertura do Programa de Saúde da Família já recebeu reforços e se prepara para crescer dos atuais 33% de atendimento para 60%.
Essa pequena amostra de realizações, por miopia política, o nobre vereador petista insiste em não ver.