Da coluna Carlos Lungarzo, no site Congresso em Foco deste domingo (24):
Existem várias maneiras de entender a democracia. Uma maneira é a que atualmente defende o capitalismo e a direita em geral, como se fosse a única forma: um governo eleito por voto universal, onde os candidatos são, na maioria dos casos, membros das elites que representarão, no Parlamento, seus interesses. Quando esses representantes sentem dificuldade em impor o poder da burguesia, esta elimina a democracia com golpes de Estado, como no Paraguai e em Honduras.
Por isso, no Brasil, até partidos claramente fascistas, que defendem o trabalho escravo, a expulsão de refugiados, o racismo, a xenofobia, os genocídios policiais, etc. podem assinar usando a palavra “democracia” ou seus derivados. Assim também acontece quando os partidos políticos de América Latina que defendem mais profundamente um Estado explorador, antipopular e repressor, se autodenominam “social-democracias”. Mas não confundamos os nomes com as coisas mesmas.
(…) Os que dizem defender o socialismo ou comunismo verdadeiros, mas tentam proibir ou punir a liberdade de opinião estão cometendo um ato contraditório. Com efeito, qual é a vantagem para eles de colocar uma mordaça em Sánchez e em Suplicy?
Querer cercear a liberdade de expressão só faz sentido para as mensagens de ódio, que, por sua simples repetição, podem desencadear grandes danos sociais, como aconteceu no genocídio nazista, no de Ruanda, nas ações dos neofascistas, etc.
A blogueira Sánchez pede a liberdade de expressão em Cuba, independentemente de quaisquer outras posições que defenda. Eu acreditava que os autodenominados militantes de esquerda também pediriam isso!