Mais de R$ 100 milhões foram pagos no ano passado pela Previdência Social a pessoas que se afastaram do trabalho pelo uso de drogas proibidas, como o crack, a cocaína, a maconha e anfetaminas. O número é oito vezes mais ao valor destinado a dependentes do álcool e cigarro. Enquanto isso, pacientes com problemas mentais são empurrados de unidades de tratamentos para outras, quase sempre sem direito a qualquer benefício do governo.
A denúncia é de profissionais que trabalham nos Centros de Apoio Psicossocial (Caps), da Prefeitura de Fortaleza, que, segundo os profissionais, passou a priorizar o atendimento aos drogados, em detrimento aos portadores de doenças mentais.
De acordo com esses profissionais, o atendimento aos doentes mentais está falido nos Caps, que empurram os pacientes para o Hospital de Saúde Mental de Messejana, do Governo do Estado.
Segundo os profissionais, o paciente com doença mental não consegue auxílio ou aposentadoria porque quase sempre não é inscrito em programas sociais do Governo Federal, como o Bolsa Família. Já o auxílio-doença a dependentes, de acordo ainda com os profissionais, tem gerado um problema na família, quando os dependentes exigem de seus pais ou responsáveis o dinheiro do benefício. Muitas vezes, essa cobrança acaba em agressão, segundo ainda os profissionais da saúde especializados nesse tipo de atendimento.