
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, assina artigo no O POVO desta quarta-feira com o título “O futuro bate à nossa porta”. No texto, conclama o Ceará a uma inserção global e buscar cada vez mais seu crescimento econômico. Confira:
Planejar e gerir políticas de desenvolvimento nos tempos atuais requer novos olhares. Neste planeta globalizado, competitivo e interconectado, a velocidade das mudanças, a busca de opções sustentáveis e a necessidade de enfrentar as enormes carências que continuam a afligir grande parte da humanidade exigem ações competentes e corretamente fundamentadas.
Ninguém tem mais o direito de planejar o futuro de uma cidade, um estado, ou um país, sem estar atento a estes fatores. Hoje não basta perguntar como uma nação deve se inserir corretamente nesta nova realidade, mas também qual o papel de um estado ou de uma grande cidade neste cenário global em rápida transformação.
O nosso Ceará, por exemplo, assim como todo o Nordeste, mais do que se questionar sobre a sua inserção nacional, precisa pensar também em inserção global. Temos de pensar em bloco, com programas convergentes, integrados, mirando nessa nova era, caracterizada como a da terceira revolução industrial.
O economista e pensador Jeremy Rifkin diz que essa terceira revolução vai emergir da convergência entre um novo modelo energético, usando fontes renováveis, e as novas tecnologias de comunicação em rede. E este mesmo pensador aponta o Brasil – em razão do seu potencial – como um dos líderes da mudança rumo à utilização maior das fontes de energia limpa, uma espécie de Arábia Saudita dos renováveis.
A informação em rede vai promover a integração e a partilha desse fluxo de energia, que, por suas características, será produzido localmente, de maneira descentralizada. O sol, o vento, a biomassa, entre outras fontes, vão direcionar a mudança progressiva rumo ao novo modelo.
Temos que lembrar, nesse ponto, que o Ceará é o maior produtor nacional de energia eólica e tem a primeira usina solar do País produzindo em escala industrial. São bons exemplos do papel reservado ao Ceará e ao Nordeste – com o seu potencial natural – nesta terceira revolução de que nos fala Rifkin.
Para isso, no entanto, é preciso planejamento, integração, tecnologia de ponta, capacitação, preparo. Em outras palavras, política madura, à altura desses novos e desafiadores tempos. Temos que aproveitar a riqueza que virá da exploração do pré-sal para preparar esse futuro.
A Petrobras, por exemplo, não perde tempo e já produz energia eólica. O Brasil está determinado a transformar a riqueza do petróleo, não numa maldição, como ocorreu em outros países, mas em fonte de desenvolvimento, com justiça social, para as futuras gerações.
No Ceará e em todo o Nordeste precisamos nos unir, com foco nessa nova era, que exige de todos nós ações e soluções sustentáveis e viáveis. Esta também é uma excelente oportunidade para a nossa região, que é tão pródiga nas fontes de energia renovável. É assim que estaremos aptos a nos afirmar, no Brasil e no mundo.
* Sergio Machado,
Presidente da Transpetro.
VAMOS NÓS – Pena que Sérgio Machado não tenha tocado na questão da Refinaria Premium II tão prometida para om Ceará e que estaria sendo escanteada.