Com o título “Limpar Fortaleza”, eis artigo da jornalista e professora Adísia Sá, que saiu no O POVO desta terça-feira. Ela aborda um problema seríssimo: o caos no trânsito da cidade. O fortalezense enfrenta crise de mobilidade urbana. Bom mesmo, só para revendedoras de carros. Confira:
Trafegar por Fortaleza não é tarefa fácil: é irritante, intolerável, inaceitável. Não jogo pedra diretamente contra fulano ou beltrano. Minha crítica é dirigida a quem cabe resolver o problema: não importa o nome ou cargo. Fortaleza está intrafegável e não vejo medida alguma anunciada para enfrentar, tampouco mudar o quadro.
Li no jornal que mais de 800 mil carros circulam em nossa cidade graças às possibilidades que qualquer um de nós tem de adquirir o seu próprio veículos, tantas as facilidades postas a nosso alcance pelas muitas vendedoras que aceitam toda e qualquer proposta. O que importa é limpar os depósitos.
Infelizmente, diga-se, há compradores devolvendo os carros porque, passado o momento de euforia e chegada a hora do bolso, nem sempre a renda cobre a dívida mensal. Isto, entretanto, não tem diminuído o número de carros. Pelo contrário: todo dia chegam carretas carregadas de automóveis, último modelo, “tentação” para cada um de nós.
Um ponto merece uma análise mais demorada: por que tanto congestionamento, por que lentidão tão irritante, independentemente do horário e dos locais? Porque os caminhos são os mesmos: não há alternativas; são curtos os percursos – agravados por sinais muito próximos uns dos outros.
Pergunto: no Detran não há setores voltados exclusivamente para o tráfego, o fluxo dos veículos – ocupados por pessoal qualificado em engenharia de trânsito? Dizem que a Prefeitura, tendo em vista a Copa que se aproxima, vai abrir túneis, construir passarelas nas avenidas e praças que levam ao Castelão. Mas isto será o suficiente para fluir o trânsito?
Falta alguém que enfrente e resolva o problema. Outro dia o Alan Neto, em sua coluna dominical neste jornal, escreveu que Deodato Ramalho “o carrasco das” placas (e das faixas, digo eu) enfrenta a prepotência dos que teimam em anunciar o seu comércio usando tais instrumentos. Ramalho, infelizmente, nem sempre vitorioso pela “força de ação judicial”, protegendo esses sujismundos engravatados. Todo poder a Ramalho e que ele assuma, com urgência, o trânsito desta bela cidade de nossos amores….
Adísia Sá
adisiasa@gmail.com
Jornalista.