“Para dar conta da maratona de votações que a Câmara e o Senado deflagraram desde outubro, o governo acelerou nos dois últimos meses o empenho (garantia de pagamento) das emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento de 2011.
Os empenhos saltaram de modestos R$ 40,5 milhões em setembro para R$ 653,4 milhões em novembro – uma quantia 16 vezes maior. Os dados constam de levantamento feito no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).
O PMDB continua sendo o maior beneficiado. Em novembro, contabilizando só emendas individuais puras (nas quais o nome do parlamentar pode ser identificado), conseguiu o empenho de R$ 40,6 milhões, contra R$ 14,5 milhões do PT.
Curiosamente, o PSDB surge em segundo lugar, com R$ 22,7 milhões de empenho em novembro, à frente de partidos governistas do mesmo porte (em número de deputados). Se forem considerados os valores pagos, o PMDB lidera com R$ 56,8 milhões e o PT tem R$ 29,2 milhões.
Mas o pagamento efetivo das emendas, ao longo do ano, continua muito baixo, comprovando a queixa diária de parlamentares contra o governo.
De R$ 19,4 bilhões autorizados, o governo só pagou, até novembro, R$ 1,07 bilhão (5,51%). Levando em conta só as emendas individuais puras, o PMDB tinha autorização de R$ 665,3 milhões e conseguiu o pagamento de R$ 56,8 milhões (8,54%). Já o PT tinha R$ 292,7 milhões autorizados; foram pagos R$ 29,2 milhões (9,9%).
Os tucanos tiveram o pagamento de R$ 28,1 milhões (7,7%), de um total de R$ 362,3 milhões. Na oposição, o DEM também conseguiu a liberação efetiva de R$ 18,8 milhões (5,92%) de R$ 317,6 milhões. Do total de R$ 1,07 bilhão pago efetivamente, R$ 658,1 milhões se referem às chamadas emendas genéricas, que tinham autorização inicial de R$ 8,6 bilhões. Essas emendas são aquelas em que há mais de um parlamentar envolvido. O Siafi não aponta seus autores. ”
(O Globo)