
Eis a paródia que recebemos do vereador Plácido Filho (PDT) sobre a obra “O Mágico de Oz”, do escritor norte-americano L. Frank Baum. Segundo o vereador, a paródia “A cidade de Oz” é uma oportunidade de um olhar diferente sobre como as coisas ocorrem. Confira:
Dorothy ainda vive o sonho de heroína, quando sequer percebe que seu grande feito foi um acaso, um “azarão”, como diria um certo crítico mais envolvido com a trama.
A morte da Bruxa Malvada do Oeste se deu por um simples golpe de sorte, depois que a casa da menina loira caiu em cima da casa da bruxa má, após um furacão levantar a moradia de Dorothy pelos ares. Furacão hoje rebatizado de circunstância. Mera circunstância.
Na verdade, Dorothy teve tudo para mudar a história da cidade de Oz, para onde o destino a arrastou, se realmente tivesse tirado bom proveito da imagem de heroína e proporcionado as mudanças tão necessárias para o mundo fantástico.
Em sua jornada, a menina esteve ao lado do Homem de Lata, do Espantalho e do Leão Covarde.
Mas, ao invés de ajudar o Homem de Lata a ganhar um coração, Dorothy aprisionou-lhe a razão com um falso sentimento de luta em defesa das mais fracas criaturas. E o Homem de Lata se diz orgulhoso, feliz e esperançoso. Sentimentos de quem acredita possuir um coração.
Ao invés da busca de um cérebro para o companheiro Espantalho, a menina roubou-lhe o sentimento com propagandas que enganam os incautos. E ele passou a enxergar como concreto os feitos que só existem na imaginação e nas palavras.
Ao incentivar o Leão Covarde a buscar Fortaleza… digo, fortaleza, Dorothy fez de sua covardia armas mais mortais que garras afiadas e grandes presas.
E assim Dorothy conseguiu sustentar por mais tempo a sua imagem de heroína e até arrancar a vassoura da Bruxa Malvada do Leste, a pedido do mágico de Oz.
Somente depois, após concentrar tamanho poder, a menina descobriu que o mágico era apenas um simples homem. Um homem passivo a erros e defeitos bem parecidos aos seus. Talvez por isso tenha pulado do balão do mágico, quando ele mais precisava dela para seguir a sua jornada.
Agora é Dorothy quem precisa de apoio em sua jornada. O mágico de Oz já está um pouco distante. Mesmo sem a menina loira, o homem seguiu o seu destino. Dorothy agora entende que não deveria ter pulado de seu balão. Deveria ter seguido o homem, mesmo que apenas adiante. Quem sabe, até o momento atual.
Mas eis que aparece a Bruxa Boa do Norte e assinala para Dorothy uma jornada promissora, ao entregar-lhe sapatos vermelhos, de rubi. A Bruxa Boa do Norte, que antes era aliada do mágico de Oz, hoje lhe faz críticas. Ao se desgastar com o mágico de Oz, a Bruxa Boa do Norte não teve poderes suficientes para que Dorothy sustentasse os sapatos por um período mais longo. E eles se perderam no tempo e no espaço.
Talvez a Boa Bruxa do Norte não fosse tão poderosa quando ela própria imaginava. Talvez nem bruxa boa fosse. Quem sabe, ainda, as bruxas malvadas, derrotadas por Dorothy, eram as verdadeiras heroínas da história. E a menina loira, assim como envolveu seus companheiros Homem de Lata, Espantalho e Leão Covarde, também teria iludido a todos. Isso, pelo menos, é o que as criaturas de Oz acreditam atualmente.