
Em artigo sobre o indicador ICF, o consultor financeiro Fabiano Mapurunga, Mestre em Administração com ênfase em Finanças e MBA em Gestão Financeira e Controladoria, aponta a necessidade de se melhorar a educação financeira de base nas escolas brasileiras, onde se mostrará a importância de se fazer um planejamento orçamentário, o uso da poupança de uma forma mais disciplinada, o uso mais responsável do crédito. Confira:
A utilização de índices, para o acompanhamento de componentes da nossa economia, é uma forma objetiva de se enxergar o comportamento desses elementos que nos circundam em nosso dia a dia.
Hoje iremos tratar do ICF (Índice de Cidadania Financeira), que foi criado pelo Banco Central do Brasil, o qual também faz o seu acompanhamento. E lançado durante o IV Fórum de Cidadania Financeira, realizado em Brasília.
O ICF tem como objetivo mensurar os avanços da educação e da inclusão financeira no Brasil. O mesmo, procura fazer uma avaliação sobre os níveis de cidadania financeira no país como um todo e nos estados, e leva em consideração os seguintes quesitos:
Quantidade de pontos de atendimento financeiro;
Dados de crédito e de endividamento;
Valores das taxas de juros cobradas em operações de crédito com recursos livres para pessoas físicas;
Percentual da população com acesso à internet.
O primeiro levantamento realizado pelo Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do BC, demonstrou que o Brasil registrou entre 2015 e 2017 um ICF de 41,5 – a escala vai de 0 a 100.
O resumo do levantamento, constatou que os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, apontaram índice acima da média nacional, em contra partida, as regiões Norte e Nordeste ficaram abaixo. Na sequência das melhores avaliações temos: Distrito Federal (87,2); São Paulo (74,5); Rio Grande do Sul (65,0); e Santa Catarina (64,0).

Mais do que apenas um índice, é importante salientarmos o que pode derivar da sua avaliação, como por exemplo, a necessidade de se melhorar a educação financeira de base nas escolas brasileiras, onde se mostrará a importância de se fazer um planejamento orçamentário, o uso da poupança de uma forma mais disciplinada, o uso mais responsável do crédito. Ou seja, a criação de uma consciência econômica coletiva.
Vale salientar que o ICF ainda está em construção e, por tanto, padece de melhoramentos em alguns pontos, visto que o Sistema Financeiro Nacional é dinâmico e sofre várias transformações. Logo se espera, que o ICF incorpore a sua base de cálculo, novas variáveis com o tempo. Para Luís Gustavo Mansur, chefe do Depef, esse índice pode ser entendido com um indicador agregado, com capacidade de mostrar tendências gerais e permitir comparação entre unidades geográficas.
A publicação deste, é trienal e realizada no Relatório de Cidadania Financeira (RCF), o qual substitui o Relatório de Inclusão Financeira (RIF).
Pelo RCF, o Brasil possuía no ano passado 257.570 pontos de atendimento financeiro, onde todos os municípios possuíam ao menos um ponto de atendimento físico. Porém, apesar desta
capilaridade, 66% das transações financeiras realizadas em nosso país, foram feitas por canais remotos como: internet banking e smartphones.
Segue, abaixo, uma ilustração retirada do site do Banco Central, que traz um resumo deste último relatório:

Importante sabermos nossos indicadores, para podermos entender o macro ambiente que nos cerca, de uma maneira bem mais objetiva.
Fabiano Mapurunga
Consultor em Finanças e Negócios. Mestre em Administração com ênfase em Finanças. MBA em Gestão de Negócios. MBA em Gestão Financeira e Controladoria. Professor Universitário