Com o título “Os zumbis da política são fruto da estupidez humana”, eis artigo do jornalista e radialista Francisco Bezerra. Ele aborda cenários e contradições da onde de protestos que paira pelo Brasil e, claro, também no Ceará. Confira:
“A estupidez é infinitamente mais fascinante que a inteligência. A inteligência tem seus limites, a estupidez não.” Claude Chabrol.
Zumbi ou zombie é uma criatura cujo estereótipo define-se, nos livros e na cultura popular, tipicamente como uma pessoa morta reanimada, usualmente de hábitos noturnos, que vive a perambular e a agir de forma estranha e instintiva; um morto-vivo; um ser privado de vontade própria, sem personalidade. Histórias de zumbis têm origem no sistema de crenças espirituais e nos rituais do vodu haitiano: segundo crenças populares, o vodu faz com que uma pessoa morta volte à vida à procura de vingança com aquelas pessoas que lhe teriam feito mal. No cinema, filmes sobre zumbi viraram uma febre e já levaram astro da grandeza de Hollywood como Brad Pitt a estrelar filme sobre o tema.
Pois bem, se na literatura e no cinema o tema é fartamente explorado na vida real há grupos de toupeiras, estultos e parvos que causam asco tanto quanto os personagens da ficção. Refiro-me aos fantasmagóricos personagens que estão por aí a agredir o bom senso e a etiqueta, marcas do convívio social. São os direitistas que resolveram sair, não do armário, mas das catacumbas onde jaziam sobre o peso das leis e dos tempos de democracia.
Zumbicistas, o termo é novo e mistura zumbis com fascistas. Perdoem o neologismo, mas ele é absolutamente necessário para qualificar a besta que anda a solta, tomando de assalto o direito de ir e vir das pessoas. São muitos os casos em que estes zumbis assustadores passaram a agredir quem discorde de suas ideais ou quem pura e simplesmente resolva vestir vermelho. Logo o cidadão ou a cidadã será cognominado de petralha, comunista, bolivarianista ente outros adjetivos e encurralado com palavras de ordem tipo vai para Cuba.
O último e degradante episódio foi o da agressão verbal ao ex-senador Eduardo Suplicy. Suplicy foi alvo da sanha desta horda estúpida quando participava de uma entrevista ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Hadadd, nas dependências da livraria Cultura, em São Paulo.
Para alívio das pessoas normais, os bandos são uma minoria, embora agressiva e pouco educada, que anda atacando os militantes e/ou simpatizantes dos partidos de esquerda. Antes, outros cidadãos e cidadãs foram molestados em locais públicos. Aqui em Fortaleza um metido a empresário do setor imobiliário recrutou grupelho de imbecis que foi ao aeroporto Pinto Martins hostilizar o líder do MST, João Pedro Stedile.
Vale também relatar episódio degradante quando do velório do ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra. Na semana que passou, o torturador Carlos Alberto Ustra morreu de morte natural e durante as exéquias ninguém que foi por ele torturado ou familiares de suas vítimas cometeram a aleivosia de colocar a família em situação vexatória ou humilhante em hora tão crucial.
É claro que estes fascistas, analfabetos políticos, iriam sair de suas jaulas mais cedo ou mais tarde. No entanto, a campanha de ódio da mídia contra o PT e a esquerda encoraja esta gente imbecilizada, zumbis que vociferam contra quem pensa diferente, a atacar as pessoas de bem em locais públicos sem a menor cerimônia. Quanta falta faz uma lei de meios que jornalistas têm cobrado dos governos petistas ao longo dos últimos 12 anos.
* Francisco Bezerra,
Jornalista, radialista e professor.