Com o título “Chega de pessimismo”, eis artigo de Roberto Macedo, ex-presidente da Federação das Indústrias do Ceará e hoje conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que pode ser conferido no O POVO desta quarta-feira. Ele aborda o cenário da crise, mas prega contra o pessimismo. Confira:
Na última reunião da CNI (11/8), discutimos sobre a necessidade de um posicionamento do setor industrial sobre o momento que o País está vivendo e os seus efeitos sobre a população que está assistindo perplexa à falta de rumos e de soluções para a atual crise.
Naquela ocasião, várias propostas foram apresentadas, algumas incendiárias, outras com forte cunho político-partidário, mas prevaleceu no fim a do bom senso e do equilíbrio, externando uma visão em defesa da somatória das forças da sociedade e das instituições, na busca de caminhos alternativos capazes de restabelecer a confiança e de formular mecanismos de superação.
Como cearense, fiquei orgulhoso quando a Confederação Nacional da Indústria (CNI) decidiu publicar o seu posicionamento com base na proposta elaborada pela Fiec. No documento “O Brasil que todos queremos”, da CNI, replicado nacionalmente pelas suas afiliadas estaduais, são apontadas posturas que possam contribuir para evitar que esse grave momento se aprofunde a ponto de gerar crises institucionais.
O inconformismo e a descrença dos brasileiros não podem, na ótica da CNI, levar o País a ser derrotado pelo pessimismo, pois esse ambiente negativo é prejudicial aos trabalhadores, às empresas e aos cidadãos em geral. “O impasse político imobiliza o País, paralisa decisões, eleva custos e gera incertezas”, esclarece a posição tomada por nós, industriais.
Alerta semelhante eu tinha lido no Editorial deste jornal (O POVO, 30/6), pontuando que “Diante de um noticiário que, invariavelmente, trabalha o pessimismo, tanto os cidadãos quanto os agentes econômicos acabam emaranhados em um círculo vicioso cuja perigosa consequência é a paralisia. É um círculo cuja lógica deprime o processo econômico muito além do que se poderia esperar como efeito natural da crise real”.
É inadmissível que um país com as potencialidades do nosso fique a perder tempo por conta de pautas desagregadoras, determinadas pelo jogo da má política. “Não podemos assistir passivos à deterioração do País”, como afirma categoricamente a CNI. O que o Brasil precisa é unir as suas forças e consensar as medidas indispensáveis para promover ajustes econômicos que afastem os entraves colocados pela crise e projetem um novo ciclo de crescimento.
Outras entidades empresariais destacam que “O momento é de responsabilidade, diálogo e ação, para preservar a estabilidade institucional do Brasil” e que “É hora de colocar de lado ambições pessoais ou partidárias e mirar o interesse maior do Brasil”. A CNI acrescenta a este chamamento a necessidade de construirmos uma agenda positiva capaz de nortear concretamente uma saída para o País.
A responsabilidade de reverter o quadro de negativismo que está tomando conta do País e de propor soluções viáveis para os problemas nacionais é de todos nós. O documento da nossa Confederação lembra acertadamente que o Brasil já enfrentou outros momentos difíceis e graves e soube superá-los. Temos que confiar na nossa capacidade cidadã de dar respostas a mais um grande desafio da nossa história.
Roberto Macêdo,
roberto@pmacedo.com.br
Conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI).