Com o título “A crise e a crise”, eis artigo do superintendente estadual do Sebrae, Joaquim Cartaxo, que pode ser conferido no O POVO desta quinta-feira. Mesmo em tempos de crise, o Ceará continua escapando. Resultado de investimentos púbicos massivos, segundo Cartaxo. Confira:
Ressalvadas as peculiaridades de cada um, os países sofrem os efeitos da crise da economia mundial iniciada em 2008: baixo crescimento, retração da atividade econômica, aprofundamento das desigualdades sociais. De 2000 a 2008, a economia mundial crescia à média anual de 4,1%; de 2009 a 2014, houve uma redução de cerca de 70% na taxa média de crescimento mundial.
Nos EUA, Japão e União Europeia, o ritmo médio de expansão anual passou a ser de apenas 38% do registrado na fase anterior à crise; nos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o crescimento médio anual era de quase 8% e caiu para 5% a partir de 2009. Portanto, o Brasil, que está entre as dez maiores economias do mundo, também sente a crise global da economia capitalista.
Diante da persistência dessa crise, o governo federal está adotando medidas com o objetivo de garantir os empregos e o poder de compra conquistados pelos brasileiros. Uma delas é o pacote de investimentos de R$ 198 bilhões em infraestrutura, sendo R$ 69 bilhões entre 2015 e 2018, e R$ 129 bilhões a partir de 2019. Assim, sinaliza que manterá a trajetória ascendente de investimento em infraestrutura com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda.
E o Ceará? Apesar dos efeitos danosos da crise e dos últimos quatro anos de seca, o PIB do Estado cresceu de 2008 a 2015. Em 2014, cresceu 4,36% comparado a 2013. No primeiro trimestre deste ano, cresceu 1,05% em relação ao mesmo período de 2014. De 2002 a 2006, o volume de investimento público médio foi de R$ 1,2 bilhão, enquanto no período 2007 a 2012 a média verificada foi de R$ 2,1 bilhões, um crescimento de, aproximadamente, 70% entre os dois períodos.
Crescimento que se mantém como resultado da decisão dos governos Cid e Camilo pelo investimento público massivo para melhorar as condições de vida e trabalho das pessoas e induzir a atração do capital privado.
* Joaquim Cartaxo
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Arquiteto e superinten-dente do Sebrae.