
Apesar das chuvas registradas nos últimos dois meses em todas as regiões do Estado, o volume de água não foi suficiente para elevar, de forma considerável, sua reserva hídrica, alertou, nessa terça-feira, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o deputado João Jaime (DEM). Ele disse estar acompanhando “ativamente” os dados divulgados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e constado que, dos 149 açudes monitorados pela Companhia, 100 encontram-se com volume abaixo de 15% da capacidade máxima de armazenamento e alguns já se encontram com 0%.
De acordo com João Jaime, a situação das bacias hidrográficas é semelhante. Com capacidade para 18,8 bilhões de metros cúbicos, as 12 bacias acumulam hoje apenas 3,7 bilhões de metros cúbicos de água, o que representa 19,8% da capacidade total de armazenamento. Algumas prestes a entrar em colapso.
João Jaime chamou atenção para Fortaleza e as cidades da Região Metropolitana que têm seus abastecimentos advindos do açude Castanhão, o maior do Ceará, cujo reservatório que tem capacidade para armazenar 7,5 bilhões de metros cúbicos de água. Hoje acumula apenas 1,41 bilhões.
“Se nós fizermos uma comparação com o mesmo período do ano passado, tínhamos 2,6 bi de metros cúbicos de água. Vê-se que, em um ano, o açude perdeu mais de um bilhão de sua capacidade”, disse, projetando o cálculo para 2016, neste caso, chegando ao volume morto.
Outro açude citado pelo deputado foi o Orós, que também teve seu armazenamento reduzido para 700 mi de metros cúbicos de água. “Desta forma, toda a garantia que nós tínhamos sobre Fortaleza, Região metropolitana e Médio e Baixo Jaguaribe, está ameaçada”, alerta. De acordo com Jaime, além da falta de chuva, a chegada do “El niño”, anunciada pelos Institutos e, caso se confirme, “ai sim acontecerá uma catástrofe, uma vez que não se terá de onde tirar água”.