
O jornalista e escritor Flávio Paiva convoca: nesta sexta-feira, às 19h30min, na Livraria Cultura (em Fortaleza), tem novidade de sua lavra. Confira:
1. LANÇAMENTO DO CLIPE da música “Dança de Negros – Batuque”, de Alberto Nepomuceno, com letra de Fanta Konatê, André Magalhães e Flávio Paiva, filmado em Acarape, com a Banda Dona Zefinha e a cantora Fanta Konatê.
2. FALA ILUSTRADA “Esse Alberto Nepomuceno era mesmo um invocado!”, com Flávio Paiva e participação especial de Orlângelo Leal, da Banda Dona Zefinha.
3. Este evento faz parte da sequência aos lançamentos do novo livro-CD “Invocado – um jeito brasileiro de ser musical”, de Flávio Paiva (Armazém da Cultura).
CURIOSIDADES SOBRE O CLIPE:
POR QUE UM CLIPE EM ROÇA DE MANDIOCA? Procuramos elementos comuns de aproximação cultural entre o nordeste brasileiro e as paragens africanas ocidentais; entre a Banda Dona Zefinha e a cantora Fanta Konatê. Com a contribuição do Sr. Alexandre, de Acarape, descobrimos a roça do Jonato, em Garapa II, que, além de uma bela plantação de mandioca, é ornamentada por pés de cajueiro, produzindo uma certa associação às savanas da Guiné.
O CAMINHO. A primeira parte da letra que fizemos para “Dança de Negros – Batuque”, de Alberto Nepomuceno, é uma citação da canção “SILÁ”, que significa “Caminho”: Nhe uala iane Bá / Baiâmba / Ah iân silá ne telenimbe, que que dizer “Eu vou por aqui ou eu vou por ali? Este caminho aqui é o certo”.
A NATUREZA na relação com a cultura, expressa no cultivo de mandioca, pelo viés da agricultura familiar; cenário comum na Guiné e no Brasil, na África Ocidental e na América do Sul.
AGRICULTURA FAMILIAR. O oeste africano é o principal produtor de mandioca do mundo. O Brasil está em segundo lugar. Este é um produto essencialmente da agricultura familiar
AREIA PARA DANÇAR. Uma preocupação na escolha das locações foi encontrar um pequeno banco de areia para a Fanta Konatê dançar, enquanto o Orlângelo Leal conduziria a narrativa em caminhada pelos matos.
O DONO DA ROÇA. O agricultor Jonato, nos cedeu gentilmente a sua roça de mandioca para a gravação do clipe. No final, a dona Franci ainda fez merenda para todo mundo.
O TRECHO DA LETRA EM MALINKÊ – uma das principais línguas do tronco Mandinga – é uma homenagem à etnia da cantora Fanta Konatê e à sua aldeia Sangbaralá, situada na região do Hamaná, nas savanas da Guiné, banhadas pelo rio Níger (Djolibá):
Aluban kili maloma Ne di maloba tamá kauá lukó
(Se me chamam para ir cultivar o arroz, eu vou voando até lá)
Aluban kili tia ma Ne di ntiá ba tamá kauá lukó
(Se me chamam para ir cultivar o amendoim eu vou voando até lá)
Aluban kili kende ma Ne di nkende ba tamá kauá lukó
(Se me chamam para ir cultivar o kendê (cereal), eu vou voando até lá)
Djembe ah Kassa* Djembe Nhe wá le lá
(Djembê, ah Djembê do Kassá, eu vou até aí)
(*) Kassá é o plantio ao som dos tambores.