
“O consumidor vai gastar, em média, 10,9% a mais do que o ano passado, com a compra de produtos para a Páscoa. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) com varejistas, todos os produtos analisados apresentaram aumento de preço. Os ovos de Páscoa em geral apresentam a maior alta (10,9%). Nos demais itens, os importados foram os que apresentaram maior alta nos preços em relação ao ano passado, chegando a 10,9%, impulsionados principalmente pela alta do dólar.
A cerveja registrou o segundo maior aumento (9,1%), seguido pelos vinhos importados (8,7%), refrigerantes (8,5%) e vinhos nacionais (8,0%). O bacalhau, tradicional prato da época, registrou 7,0% de aumento nos preços.
Sobre o impacto do câmbio nos importados, o presidente da Associação Brasileira de Importadores e Exportadores e Bebidas e Alimentos (Abba), Adilson Carvalhal Júnior, diz que a maiorias das importadoras viraram a tabela no início do ano com dólar ao redor de 2,70 e ainda não repassaram estes últimos aumentos do dólar, que hoje chega a R$ 3,23.
De acordo com informação do Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os pedidos foram feitos antes das últimas elevações e já estão nas lojas, por isso não serão repassadas.
Adilson Carvalhal Júnior adianta que todos estão aguardando o final do mês para ver a necessidade de uma nova mudança de tabela. “Nossos associados não trabalham com commodities e sim com marcas, o que faz com que o impacto não seja automático, mas o aumento no início do ano foi ao redor de 12%”, comenta, acrescentando que até o final deste mês deve haver outro aumento.
Aumento gradual
O diretor de Importação do Grupo Genil Camelo (Parque Recreio), Paulo Elias, explica que o aumento vem sendo feito gradualmente. “Percebemos grande ansiedade pelas definições de políticas macro e microeconômicas, mas nada que indique, até o presente momento, alteração no perfil de consumo em comparação com o de anos anteriores”, afirma.
Ele acrescenta que não somente a alta do dólar, mas o aumento dos combustíveis, dos fretes e das tarifas de energia elétrica, naturalmente, serão repassados de forma escalonada ao consumidor. Observa ainda que empresas com estoque elevado de produtos importados adquiridos há uma cotação mais favorável terão condições de segurar por mais tempo os preços.”
(O POVO)