
“É uma grande decepção. Traz à tona a mentira política que garfa, que trai o cearense. Parece que essa desistência já estava planejada há muito tempo. Foi um fato político para ter votos num determinado momento”, afirmou, nesta quinta-feira, o presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Beto Studart. Ele convocou coletiva, na sede da entidade, quando expôs sua decepção com o cenário em que a Petrobras anunciou o cancelamento do projeto da refinaria premium do Ceará e do Maranhão.
Segundo o líder empresarial, o sentimento de decepção é comum a cidadãos, empresários e investidores, porque o empreendimento mudaria o perfil do Produto Interno Bruto (PIB), com elevação de 40 a 45%, e faria o estado mudar de patamar.
“É o sonho do cearense que foi embora. Imagino como estão os governantes, Cid Gomes, que alimentou esperança nesse projeto, e Camilo Santana, que estavam alimentando também um sonho”, destacou Beto Studart. Segundo ele, o governo federal passou 5 anos alimentando o projeto da refinaria para depois cancelar.
“Coloca máquina pra funcionar, faz terraplanagem, acaba a eleição, tira a máquina. Não tem sentido. Parece que estava realmente sabendo que não ia fazer. Não acredito que seja problema de gestão, embora a gestão da Petrobras seja totalmente irresponsável”, reiterou, em tom de desabafo, o dirigente da Fiec.
Beto Studart considera difícil atrair investimentos estrangeiros para um empreendimento do mesmo tipo por conta do atual cenário nacional e do momento do setor de refino de petróleo no mundo. “Os investimentos no setor de refino de petróleo, principalmente com a queda do preço do barril, estão passando por uma mudança de humor. Para atrairmos uma nova unidade mundo afora o momento é difícil. O que a FIEC vai ter que continuar fazendo é buscar novos investimentos, junto com o Governo do Estado, que está imbuído do melhor propósito. O problema no sucesso dessa ação é que o cenário nacional não oferece confiança a nós, investidores brasileiros, nem ao investidor internacional”.
Ele aproveitou para criticar o cenário econômico do País: “Estamos vivendo num país desarrumado. Isso não é pessimismo. Somos um país gerador de déficits, que está na iminência de inciar um processo de inflação, estagnação de negócios, redução do PIB. Nosso cenário não é bom. Da mesma forma que eu enxergo, outros empresários enxergam, a comunidade internacional também enxerga e sabe fazer essa leitura”. Nesse sentido, as ações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, estão corretas, analisa Beto Studart, mas serão onerosas para todos.
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