Com o título “Atendimento capenga”, eis uma dura crítica da jornalista e professora Adísia Sá ao comercio fortalezense no quesito atendimento. A propósito: quem nunca foi mal atendido numa loja desta Capital, que atire o primeiro cartão de crédito. Confira:
“O comércio fortalezense é um dos mais expressivos do nordeste, nada faltando em lojas, magazines, com produtos da melhor qualidade, não perdendo para nenhum outro Estado. Mas, algo fundamental inexiste: atendimento. Raro o estabelecimento em que somos atendidos com profissionalismo.
Primeiro: nem sempre o vendedor se apresenta adequadamente à sua função: roupas amassadas, com aspecto de falta de higiene. Mas, esse não é o ponto que gostaria de ressaltar: estou me referindo ao atendimento em si, isto é, à maneira como são recebidos e tratados os possíveis compradores. “Diga lá, comadre, o que vai querer”, – foi uma das maneiras como fui recebida por um vendedor de conhecida e afamada loja da capital. Respirei fundo, mudei de pensamento e passei adiante.
Outro vendedor, passeando de um lado para o outro, simplesmente ignorou minha presença e tive que chamá-lo; “por favor eu gostaria de comprar um leque”. O sujeito olhou para mim, calculou o valor de minha roupa e o possível dinheiro na bolsa e respondeu: “tem leque, sim, mas é muito caro”.
Por coincidência o gerente me reconheceu, cumprimentou-me com cordialidade e perguntou: “como estão tratando a senhora, jornalista? O vendedor, assustado, meio sem jeito, ficou olhando para mim – quase implorando uma resposta que não o prejudicasse. Eu simplesmente respondi: “estou muito bem atendida por seu vendedor.”
Quando o gerente saiu, aproveitei o momento e perguntei: “ah, e como vai o meu afilhado?” – “Afilhado? Não entendo”, respondeu o balconista. “Entendeu, sim, você me chamou de comadre e como eu não tenho filho para você ser padrinho, eu devo ser madrinha de filho seu.”
Esse fato eu conto para chamar a atenção dos comerciantes, “treinem os seus vendedores, eles, mais do que as vitrines, são o espelho de seu comércio.”
Essa conversa tem endereço certo…
* Adísia Sá
adisia@gmail.com
Jornalista do O POVO.