
Oficialmente licenciado do Governo do Estado, o governador Cid Gomes (Pros) comandou, na noite dessa segunda-feira (29), evento de mobilização de prefeitos e lideranças políticas de diversos municípios para formarem força-tarefa em prol da eleição de Camilo Santana (PT) à sucessão estadual. Enquanto isso, o candidato ao governo Eunício Oliveira (PMDB) participava de missa promovida pela comunidade Shalom e, em seguida, ao lado do postulante ao Senado Tasso Jereissati (PSDB), de encontro com representantes de igrejas evangélicas, num buffet da Capital.
Após chegar ao evento dirigindo um carro modelo Jipe, acompanhado de Camilo, de Mauro e do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, Cid elencou o desempenho do petista em diversos municípios. “Temos de concentrar esforços na Região Metropolitana e em Fortaleza, essa deverá ser a nossa estratégia. É o nosso objetivo”, afirmou Cid.
Lideranças de diferentes regiões deram palpites sobre o que estão fazendo e o que pode ser feito para angariar votos. Entre as sugestões, estava pedido de voto casado, visita de casa em casa em cidades do Interior, contato pessoal de Cid por telefone para pedir votos para Camilo e vinculação da imagem de Dilma Rousseff à de Camilo e Mauro.
O prefeito de São João do Jaguaribe, Acácio Chaves, cobrou envolvimento do PT nas eleições e disse que o partido está “andando de salto alto”. Já o prefeito de Aratuba, Ivan Neto, sugeriu que os prefeitos “façam com que todos os seus secretários abandonem a prefeitura e vão de casa em casa”. “Respondam depois na Justiça”, aconselhou.
Além do reforço de Cid na campanha, o grupo prometeu avançar em municípios com predominância de votos para Eunício, como Maracanaú. Com críticas à candidatura adversária, o secretário da Saúde, Ciro Gomes, destacou três metas: defender Camilo, divulgar “o que está em jogo no Ceará” – em referência às obras do atual governo – e “dizer ao povo cearense quem é Eunício Oliveira”.
“Terceiro mandato”
Ao chegar ao evento com evangélicos, Eunício afirmou que, enquanto o Estado apresenta problemas na segurança pública e na saúde, o ex-aliado Cid “abandonou o governo para pressionar prefeitos” e “utilizar dinheiro público” na tentativa de buscar “o terceiro mandato”, comportamento que, na visão de Eunício, faz com que Cid saia desta campanha “extremamente diminuído”.
“O governador larga o governo, sem ter sequer um vice para entregar, abandona o Estado, para ir pras ruas pressionar pessoas, pressionar meios de comunicação, pressionar prefeitos, lideranças, usar as máquinas perversas, utilizar dinheiro público. Senhor governador: menos”, disse Eunício.
Segundo Eunício, Cid quer eleger Camilo para ter um terceiro mandato. “O senhor já foi governador, já foi reeleito, o senhor tem o comando da Assembleia, o comando da Prefeitura de Fortaleza, o senhor tem o comando da maioria dos prefeitos do Ceará, pressionados pelo senhor, com obras de última hora para atender demandas políticas. O senhor sai dessa campanha extremamente pequeno”, disse o peemedebista aos repórteres, como que se dirigindo a Cid.
(O POVO / Foto: Jéssica Welma)