Com o título”Oito lições de uma experiência gratificante”, eis artigo do presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Roberto Macedo, que está no O POVO desta quarta-feira. Ele faz um balanço do que aprendeu e do legado que deixa na entidade que o teve à frente durante dois mandatos. Confira:
Nos oito anos em que presidi a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) pude obter alguns resultados com a concretização de aspirações, baseadas em conceitos que me acompanham ao longo da vida empresarial.
1 – Aspiração de uma Fiec unida: Esta foi a razão de ser da minha aceitação do convite para concorrer a eleição à presidente da nossa entidade, motivo esse que esteve presente em todos os meus pensamentos e atos, inclusive no momento de viabilizar a minha sucessão.
2 – Aspiração de protagonismo empresarial: Descobri na Fiec o poder que ela tem como instrumento para o empresário exercer a liderança, com proatividade transformadora em favor da competitividade sustentável da indústria.
3 – Aspiração de aumento da representatividade empresarial: É uma grande satisfação constatar que a Fiec tornou-se mais atraente para muitos empresários quando lhes proporcionou participação direta na escolha de seus representantes, por meio de uma mudança no nosso sistema eleitoral que é único no Brasil.
4 – Aspiração de servir à indústria: Nunca aceitei as anomalias existentes em várias entidades de representação em nosso País, decorrentes de sua apropriação para fins particulares em detrimento dos interesses coletivos. Fico feliz de ter tido companheiros de diretorias e dirigentes de sindicatos que me apoiaram na ruptura de muitas dessas práticas indesejáveis.
5 – Aspiração de uma gestão colegiada: O forte viés presidencialista das nossas representações classistas jamais me pareceu eficiente. Na Fiec comprovei que o funcionamento coletivo de uma diretoria coesa torna mais leve o gerenciamento e atende aos requisitos de eficácia.
6 – Aspiração de uma economia desconcentrada: A concentração econômica em Fortaleza e sua Região Metropolitana é uma distorção que se choca com minha compreensão de desenvolvimento. No esforço de buscar situação mais equilibrada e sustentável dão-me contentamento algumas contribuições que a Fiec pôde fazer no processo de regionalização da indústria no Ceará.
7 – Aspiração de uma organização meritocrática: a configuração paraestatal é um entrave antigo nas organizações classistas. Esse formato me incomoda pelos excessos burocráticos, influência política, lentidão e custos elevados. Avançamos na eliminação desses obstáculos com a elaboração de um diagnóstico completo e com a realização de uma reforma estrutural.
8 – Aspiração para inovar: O tradicionalismo, a repetição e a imitação me impacientam. Uma sociedade que não inova é mera seguidora. Por acreditar nos talentos e na garra dos empresários cearenses, nos lançamos, juntamente com universidades e governos, em vários projetos instigadores da criação de uma cultura de inovação em nosso Estado. Considero-me afortunado por termos conseguido dar passos importantes e firmes nessa direção. Sinto-me recompensado pelo que foi conquistado e sou agradecido a todos os que juntaram as suas esperanças e energias nessa construção.
* Roberto Macêdo
roberto@pmacedo.com.br
Presidente da Fiec.