Com o título “Educação em Tempo Integral e o Grande Caminho Percorrido”, eis artigo do professor João Arruda (UFC). Ele aborda o início do projeto de escola em tempo integral na administração do prefeito Roberto Cláudio (Pros). Confira:
O dia 10 de fevereiro de 2014 entrará para a história de Fortaleza como a
data em que a administração Roberto Cláudio inaugurou uma nova e
promissora era na educação pública de Fortaleza. Ao optar por oferecer uma
escola em tempo integral para os estudantes da escola pública, o gestor
municipal pôs em prática a maior e a mais eficiente das políticas públicas
orientadas para formação e proteção da juventude carente de Fortaleza,
tirando-a da ociosidade destrutiva das ruas e lhe garantindo as condições
para um futuro mais promissor, longe das drogas e da marginalidade que
povoam o seu cotidiano. Porém, esse caminho não deve ter sido fácil, afinal, além de vultosos investimentos, muitas correções tiveram que ser feitas para definir um novo projeto pedagógico onde o aluno fosse, efetivamente, a grande prioridade do sistema municipal de ensino.
Como é do conhecimento de todos, ao assumir a administração da cidade, o
prefeito Roberto Cláudio encontrou uma realidade educacional caótica,
carcomida por vícios e por práticas deletérias, situação que estereografava, com perfeição, o descompromisso, o desorganizado e confuso projeto político-pedagógico da administração Luizianne Lins. A educação de Fortaleza, na contramão da história, tinha involuído. Em oito anos de governo petista, Fortaleza passou a ser detentora do
indigno troféu da pior qualidade de educação do Ceará e uma das piores do
Brasil.
Com as escolas sucateadas e os professores desmotivados, os
alunos foram as grandes vítimas dessa tragédia pedagógica, pois, nas
escolas, havia greve de mais – foram mais de 300 dias de greve entre os
anos 2007 a 2012 – e conteúdo de menos. O descrédito com a educação
pública oferecida pelo município de Fortaleza se instalou no seio das
famílias dos alunos e elas, como era de se esperar, reagiram: a taxa de
evasão escolar, que já era grande, disparou e a rede pública de educação
municipal, em 2012, pela primeira vez na história da nossa cidade,
chegou a ter um número de alunos menor do que a rede particular,
acendendo o perigoso sinal de alerta.
Com essa herança maldita a ser superada, a sua reversão passou a ser uma
das grandes prioridades da administração Roberto Cláudio. Hoje,
finalmente, com a firme liderança e determinação do secretário Ivo Gomes,
o fortalezense acompanha o desmonte desse perverso modelo educacional que
penalizou, irremediavelmente, centenas de milhares de estudantes pobres de
Fortaleza.
Inicialmente, como condição de implosão desse entulho execrável, foram
implementadas corajosas mudanças superestruturais, com a eliminação,
definitiva, das práticas clientelistas e a implantação do modelo
meritocrático como critérios para a escolha dos cargos de diretores,
vices, coordenadores pedagógicos e de Coordenadores dos Distritos de
Educação. Para completar o fim da faxina moralizadora, foi autorizado o
concurso público para a contratação de 800 assistentes da Educação
Infantil, eliminando, de vez, a figura do servidor terceirizado na
educação, normalmente indicados por políticos da base aliada. Esse modelo
republicano de governar já começou a delinear os novos rumos da educação
municipal, melhorando a sua qualidade e imprimindo um novo projeto
político-pedagógico comprometido com a formação intelectual e com uma
consciência de cidadania do corpo discente. E há um dado nada desprezível:
o calendário escolar, que desde 2007 acumulava atrasos pelas sucessivas
greves, agora foi regularizado, beneficiando alunos, pais e professores.
Mas, a implementação desse ambicioso projeto, visando atingir uma
excelência na qualidade da educação, precisava de pesados investimentos, o
que foi determinado pela administração Roberto Cláudio, quando aprovou o
Plano de Ações 2013-2015, com investimento de R$ 600 milhões, o maior da
história da educação de Fortaleza, valor impensável na administração
petista. Na educação infantil, área desprezada na gestão passada, além dos 03 CEI já entregues em 2013, estão sendo construídos 91 Centros de Educação Infantil, com investimentos de R$ 129,6 milhões, beneficiando, no início de 2015, quase 20.000 crianças carentes de 1 a 5 anos.
E os investimentos infraestruturais continuaram. Visando garantir um maior
conforto à comunidade da educação, foi determinada a reforma de 108
escolas e a SME adquiriu 60.060 conjuntos de carteiras para alunos e
10.760 conjuntos para professores. Para garantir o deslocamento seguro e
tranquilo dos alunos, foram comprados 40 ônibus escolares, mais do que
duplicando a frota da SME, e se estendeu a internet banda larga em toda a
rede pública. Visando fortalecer a prática recreativa e o esporte nas
comunidades, estão sendo construídas 49 quadras poliesportivas. Na área da
segurança, com o objetivo de garantir a integridade física dos alunos, foi
criada a Segurança Escolar Municipal, funcionando Inicialmente com 240
guardas em 40 carros.
Finalmente, compreendendo que a massificação da escola de tempo integral é
a condição sine qua non para que o aluno da rede pública municipal possa
ter uma formação intelectual de qualidade, tão boa quanto a do seu colega
da escola particular, além de lhe garantir uma malha protetora contra as
adversidades presentes nas periferias da nossa cidade, a administração
Roberto Cláudio optou pela sua implementação. Nesse projeto, que garante o
direito de cidadania aos nossos jovens, o prefeito reafirma o seu grande
compromisso com a educação em tempo integral, construindo, além das 6
escola já entregues à comunidade, 29 novas escolas dessa modalidade, ao
custo de R$ 281 milhões e beneficiando quase 20.000 alunos no início de
2015.
Por esses dados, não tenho dúvida em reafirmar o que já escrevi em um
artigo anterior: a educação pública municipal está vivenciando uma grande
revolução silenciosa, só a oposição, por questões óbvias, se recusa
enxergar.
* João Arruda,
Professor universitário.