“Uma das promessas de campanha do prefeito Roberto Cláudio (PSB), o Bilhete Único, embora já tenha data para ser colocado em prática, ainda depende de definição crucial: um sistema tecnológico que impeça fraudes e evite o aumento progressivo do preço da passagem. O anúncio foi feito pelo titular da Secretaria da Conservação e Serviços Públicos, João Pupo.
Pupo falou com a imprensa durante a primeira reunião em que o secretariado da Prefeitura fez balanço dos poucos mais de dois meses de gestão. Esse encontro entre secretários e prefeito aconteceu a portas fechadas e, começando por volta das 9 horas, se estendeu pela noite no último sábado, 9. Em meio a uma batalha judicial pelo atual preço da passagem de ônibus, Prefeitura e empresas têm se reunido semanalmente, segundo Pupo, para discutir a implantação do Bilhete. Algumas características do sistema já foram acordadas: uma única passagem pagará viagens tanto de ida quanto de volta durante duas horas.
Ao ser questionado sobre as condições colocadas pelas empresas nessa negociação, Pupo afirmou que “não há imposições. O que eles estão propondo é o seguinte: um cadastramento dos usuários, que está sendo estudado, ou a colocação de limitadores, como quatro transbordos (mudança de um ônibus para outro) por passagem – o que, neste caso, foi recusado pela Prefeitura”.
Segundo ele, é possível encontrar até o dia 15 de junho, quando o sistema está marcado para ter início, uma solução que minimize efeitos financeiros de fraudes. A mais comum das ilicitudes é o comércio ilegal dos bilhetes, em que passagens são vendidas mais baratas, e o cartão é devolvido ao vendedor pela janela do veículo, de modo que ele tenha tempo de fazer nova venda sem gastar outra passagem. “A regra de ouro é: não existe almoço grátis. O combate à fraude é bom para a empresa, mas também é bom para o cidadão. Se a gente tiver o controle, a tarifa não aumenta”, destaca.”
Pupo pontua ainda que, mesmo sistemas de integração bem avaliados pela população, como em Curitiba, Goiânia ou São Paulo, sofrem financeiramente com fraudes. Em São Paulo, por exemplo, o impacto está próximo a R$ 1 bilhão para os cofres públicos.”
(O POVO)