Sobre a resposta do presidente municipal do PSB, Karlo Kardoso, a críticas feitas pelo ex-presidente municipal Sérgio Novais, na coluna Política de Érico Firmo e aqui reproduzida, o secretário de Finanças da legenda, Josué Freitas, pede espaço para também se manifestar. Confira:
Ilustríssimo Eliomar de Lima,
Escrevo para rebater as acusações do Sr. Karlo Kardozo e relatar alguns fatos:
ELEIÇÕES E INTERVENÇÃO NO PSB EM 2002 – A executiva nacional do PSB destituiu a direção estadual do PSB/CE por ter apoiado a candidatura de Lula em detrimento da candidatura de Garotinho, então candidato a presidente da República pelo PSB. Naquela ocasião, os principais dirigentes do PSB, todos, quadros ideológicos e honrados, resolveram sair do partido, inconformados com a postura do PSB nacional. Sérgio Novais, no entanto, optou por ficar e em consequência de sua permanência, assumiu a presidência da comissão provisória estadual a pedido da própria direção nacional, foi uma medida política encontrada para evitar que o partido se desintegrasse totalmente. Sergio, nunca esteve na condição de interventor do PSB, inclusive, durante os anos que dirigiu o partido no estado, nunca promoveu nenhuma destituição de qualquer diretório municipal, ao contrario do que sofreu recentemente. Não se reelegeu deputado Federal em função da “verticalização”, e com certeza esse fato não lhe causou nenhum trauma pessoal, afinal de contas continuou lutando, como sempre em favor do PSB.
ELEIÇÕES DE 2004 – Mesmo sem mandato, na tentativa de dar relevo ao papel do PSB, perante a cidade de Fortaleza e carregando o partido nas costas praticamente sozinho, Sergio Novais avalia com o deputado Heitor Férrer a hipótese de uma aliança entre PSB e PDT, para a disputa da Prefeitura de Fortaleza. Nesta mesma ocasião, surpreendentemente, Luizianne vence, com pouquíssimos votos de diferença, a convenção municipal do PT garantindo o direito de ser candidata, contra a tese que defendia o apoio do PT ao então deputado Inácio Arruda. É em função dessa conjuntura, que Sergio desiste da chapa com Heitor e passa a apoiar a candidatura de Luizianne.
01 – Na defesa da coligação com o PT, Sergio ficou praticamente só dentro do PSB, tendo que travar uma intensa batalha com o PSB nacional, que naquela ocasião, em função das pressões das cúpulas do PT e do PCdoB nacional, cobravam um apoio do PSB em Fortaleza a candidatura de Inácio Arruda. O PSB nacional estava praticamente decidido a não autorizar a coligação do PSB com o PT em Fortaleza, no entanto, por insistência de Sergio Novais e sua convicção de que Luizianne poderia virar o jogo, acabou convencendo o Dr. Miguel Arraes, então presidente nacional do partido, que resolveu, por sua vez, dar a ele um crédito de confiança por sua credibilidade, lealdade e compromisso que sempre demonstrou para com a história do PSB.
02 – Muito embora, tendo vencido a convenção no PT, para viabilizar sua candidatura, Luizianne, precisava da coligação com o PSB, pois, o fato de ter vencido a convenção, lhe garantia a candidatura mais não viabilizava sua campanha, já que ainda era muito forte no interior do PT o movimento “sou PT voto Inácio!”, e o mérito dessa operação política, por parte do PSB, deveu-se a intervenção de Sergio Novais, na condição de presidente estadual do PSB, junto à executiva nacional do partido. O PSB foi o único partido a se coligar com o PT em 2004, e por isso, é evidente que o nível de interlocução política de Sergio Novais na primeira gestão de Luizianne fosse relevante.
03 – Dada a autorização, por parte da executiva nacional, para formalizar a coligação com o PT, era chegada a hora do PSB indicar o vice na chapa. Houve uma insistência da parte de Sergio Novais para que o indicado do PSB fosse Rogério Pinheiro, por sua vez, ele se recusou, alegando que era certa sua eleição para vereador, e infelizmente acabou não se elegendo. Segundo comentários à época, houve indícios de que o mesmo não teria feito muito esforço na eleição de Luizianne, no primeiro turno. Com a recusa de Rogério, o PSB indicou o sindicalista Carlos Veneranda.
04 – Depois das eleições, mesmo tendo desperdiçado a oportunidade de ser o Vice Prefeito de Fortaleza e ter perdido a eleição para vereador, Rogério Pinheiro, por indicação de Sergio Novais, assume a Secretaria Executiva Regional II (cargo que ocupou até às eleições de 2008).
ELEIÇÕES DE 2006 – Por recomendações médicas, Sergio Novais, é obrigado a interromper a candidatura de deputado federal. Com o objetivo de evitar a dispersão e coesionar o partido em Fortaleza, a base se agrupa em torno da minha candidatura como deputado estadual.
ELEIÇÕES DE 2008 – Rogério Pinheiro dessa vez (por puro oportunismo) reivindica a vaga de vice na chapa de Luizianne, e é preterido, pois, o PT exigia que o vice fosse indicado pelo Governador Cid Gomes, e assim, foi indicado o então vereador Tim Gomes (PHS). Para completar a desgraça, Rogério, novamente, não se elege vereador e por outro lado se elege Eliane Novais, apesar da chapa proporcional ter sido montada pelo próprio Rogério, (na condição de então presidente do PSB municipal), mais uma vez atribui seu fracasso eleitoral a Sergio Novais.
01 – Mesmo tendo ficado da vice e perdido novamente a eleição para vereador, na composição do segundo governo de Luizianne, Sergio Novais, num gesto de solidariedade, defende e indica o nome de Rogério Pinheiro, para a presidência do IPEM – Instituto de Pesos e Medidas. (cargo que até então está sob o comando de Rogério).
ELEIÇÕES DE 2010 – Em detrimento às candidaturas do PSB, Rogério Pinheiro e seu grupo, apoiam a candidata Beth Rose (PRP) para deputada estadual e não apoia nenhum deputado Federal do PSB, ou seja, pratica uma flagrante violação a fidelidade partidária.
Contrariando a torcida de Rogério, Eliane Novais se elege deputada estadual, mas infelizmente por problemas de saúde, novamente, Sergio Novais, não consegue levar adiante a candidatura de deputado Federal, porém, torna-se primeiro suplente do senador José Pimentel.
Outros fatos que comprovam a INCOERÊNCIA de Rogério Pinheiro e de seu grupo dentro do PSB:
Em 2006 – Rogério, na condição de presidente do PSB de Fortaleza, vetou a entrada do Governador e de seu grupo no PSB, contrariando determinação nacional do partido. Naquela ocasião, somente a professora Ester Barroso, Carlos Macedo e Sergio Novais (na condição de presidente estadual do partido), recepcionaram os deputados como novos parlamentares filiados, atendendo as determinações da direção nacional.
Em 2008 – Após as eleições de 2008, Rogério Pinheiro ingressa, nas instancias do partido, com pedido de expulsão de Ciro Gomes por ter apoiado a candidatura da então Senadora Patrícia Saboya (PDT) a Prefeitura de Fortaleza.
Em 2009 – Rogério Pinheiro e seu grupo dentre eles o Sr. Kardozo, protestam contra a eleição do Governador Cid Gomes para presidência estadual do PSB, além de não comparecerem ao congresso, estimulam outros militantes e dirigentes a fazerem o mesmo.
Em 2010 – Rogério Pinheiro e seu grupo acusam Ciro Gomes e o Governador Cid Gomes de artimanha para fazer uma aliança do PSB com o PSDB, em detrimento a candidatura do então deputado Federal José Pimentel ao Senado.
Em 2011 – De forma sorrateira e fisiológica, Rogério Pinheiro e seu grupo, renunciam a condição de militantes históricos do PSB, passam a ser dissidentes do grupo ao qual eles fizeram parte durante anos e fazem uma aliança de conveniência com o grupo do Governador, ao qual ele sempre foi ferrenho opositor e articula um golpe contra o presidente municipal, Sergio Novais, superando assim qualquer limite ético e moral, com o intuito de tomar de assalto o aparelho burocrático partidário.
Essa atitude golpista revoltou a base do partido, e manchou a historia do PSB no Ceará. O motivo principal, dessa revolta, por incrível que pareça, foi a discussão sobre a pré – candidatura da deputada Eliane Novais à prefeitura de Fortaleza.
ELEIÇÕES DE 2012 – De maneira oportunista, traumatizado por nunca ter sido eleito e no desespero de ser vereador de Fortaleza a qualquer custo, Rogério Pinheiro e Kardozo, (esse sim, nunca teve um voto), vem articulando para essas eleições o apoio do PSB ao candidato do PCdoB. Será que dessa vez teremos o jargão: sou PSB voto Inácio!.
Por fim, em relação à postura desqualificada manifestada aqui pelo Sr. Kardozo, porta voz de Rogério Pinheiro, fica evidente sua mediocridade política. Sua postura é ultrajante para um partido socialista com quase 70 anos de tradição de esquerda, dentre os quais colaboro intensamente há 17 anos e francamente, fico impressionado com tamanha desfaçatez e oportunismo em querer aviltar a história e de má fé tentar macular a biografia de um militante da estatura política de Sérgio Novais, que tem mais de 30 anos de serviços prestados ao Ceará e ao PSB.
É lastimável, ver o nível de presunção de um alienado político como este, que vive no mundo das ilusões, a acreditar que ostenta alguma fração de poder, e ainda se vangloria, pensando ele que o poder está no aparelho burocrático do partido, até parece com o inseto encandeado que voa em torno da lâmpada. Nunca será presidente desse partido!
A eles (os “mentes fracas”), ofereço, mesmo sabendo ser incompreensível, por sua limitada condição moral, o pensamento de Martin Luther King: “A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio”.
Atenciosamente,
Josué Freitas
Secretário de finanças do PSB – CE
Militante histórico do PSB.