Com o título “Amigos e inimigos”, eis artigo do vice-presidente estadual do PT, Joaquim Cartaxo, sobre o cenário da sucessão na Capital. Ele lembra que, em meio a tantos acordos entre partidos, nunca se pode menosprezar o eleitorado. Confira:
A política como relação amigo-inimigo é uma definição das mais controversas e debatidas. Ao adotá-la, admite-se que sua origem e sua aplicação se encontram no campo do antagonismo que agrega amigos e combate inimigos. Assim sendo, um conflito de grupos de interesse torna-se político quando se transforma em uma demonstração de força.
Em Fortaleza, há partidos em movimento de passagem de amigos para inimigos da gestão Luizianne Lins nos termos do parágrafo anterior. O oposicionismo passou a presidir o discurso de lideranças desses partidos nas tribunas dos parlamentos e meios de comunicação.
São exemplares, as formulações que defendem a aliança partidária que governa a cidade versus rompê-la; contrapõem um projeto de continuidade da gestão a outro de não continuidade; atestam uma gestão anterior como boa e a atual como ruim; cobram atitudes de uns e outros sem as devidas contextualizações.
Por sua vez, o PT mantém sua tradição de debater internamente sua tática eleitoral e deliberá-la democraticamente com a participação de seus filiados, o que acontecerá com a realização do encontro de escolha do seu candidato, à sucessão da prefeita Luizianne, no dia 20 de maio.
O jogo político adquirirá outras conotações com a eleição desse candidato, eleito pela maioria, no evento citado. A partir daí, a relação política amigo-inimigo será discutida com possibilidades de voltar a ser amigo-amigo ou incorporar outros contornos em que incompatibilidades poderão ser amenizadas ou aprofundadas, a depender das circunstâncias e dos interesses em disputa por parte dos sujeitos políticos e sociais.
É bom lembrar dos eleitores nesse jogo. Indivíduos de decisões políticas fluídas que votam cada um segundo visão de mundo, preferência partidária, empatia com o candidato, influência familiar, necessidades imediatas, dentre outras. Ao fim e ao cabo, eles que decidem quem são os amigos e os inimigos deles.
* Joaquim Cartaxo,
cartaxo@hurb.com.br
Arquiteto, mestre em planejamento urbano e regional e vice-pres. do PT-C.