Este Blog recebeu de grupo de professores da Uece, UVA e Urca nota abaixo. O objetivo é divulgar vigília que a categoria vai fazer para pressionar o Poder Judiciário a fazer o Estado cumprir a lei do piso da categoria. A nota expõe essa situação. Confira:
Caro Eliomar de Lima,
Em 23 anos de luta, 185 professores universitários do Ceará já morreram à espera da re-implatanção do piso salarial da categoria. Para homenageá-los será realizada uma vigília na próxima terça feira, dia 23 de fevereiro, na Igreja de Fátima, a partir das 17 horas, e terá como ponto alto Missa em Ação de Graças.
A luta dos professores começou em 1986, quando o então governador Gonzaga Mota, implantou o piso salarial da categoria. No entanto, um ano depois, quando Tasso Jereissati assumiu o governo do estado, determinou o não pagamento do piso estabelecido.
O Sindicato dos Professores do Ensino Superior do Ceará (Sindesp), em 1992 ajuizou ação na 4º Vara do Tribunal Regional do Trabalho, pleiteando o restabelecimento do piso salarial de acordo com o decreto estadual nº 18.292/86.
Com base nessa alteração, o Governo do Estado, tendo a frente Tasso Jereissati, argumentou e sustentou em todas as instâncias do processo a não procedência da ação e ainda a incompetência da Justiça do Trabalho em julgar a referida causa.
A argumentação do então governador não foi suficiente e a ação trabalhista foi julgada em favor dos professores em todas as instâncias, ficando determinada a reimplantação dos pisos salariais com base no decreto estadual nº 18.292/86.
Ao longo desses 24 anos, o governo cearense, passando pelos governadores Tasso Jereissati, Ciro Gomes, Beni Veras, Lúcio Alcântara, e agora Cid Gomes, relutam em pagar o piso salarial dos professores universitários do Ceará. Mesmo com embargos e reclamações similares, o processo já percorreu todas as instâncias judiciais com vitória para os requerentes. O pleno do STF – Supremo Tribunal Federal também decidiu em favor dos professores em 01.02/2007, concedendo-lhes o direito à reimplantação do piso salarial, bem como, o pagamento de todos os atrasados desde fevereiro de 1987, conforme acórdão do STF de 02/02/2007.
Mas, para a surpresa de todos, a decisão tomada pelo Pleno do STF (última instância da Justiça Brasileira) não foi cumprida. O ministro Marco Aurélio, relator do acórdão, não permaneceu no processo e direcionou a causa para o ministro Eros Grau, que acatou reclamação em favor do Estado. Dois anos depois da decisão da maioria dos ministros que compõem o Pleno do STF, o processo voltou para a Justiça Comum, aumentando a espera de quase dois mil professores que aguardam o simples cumprimento da lei.
Nesses 24 anos de espera muitos já perderam a vida sem ver seus direitos respeitados. Dos quase dois mil professores que lutam pela reimplantação do piso 185 já faleceram. Ou seja: aproximadamente 18,5% daqueles que esperavam que as decisões do Poder Judiciário fossem respeitadas pelo Executivo já perderam a vida.
Agradecemos pelo apoio,
Grupo de Mobilização.