Com o título “O novo front de uma guera que tem outras batalhas”, eis artigo de Guálter George, editor de Política do O POVO. Ele aborda este início da propaganda eleitoral gratuita e suas implicações e repercussões. Confira:
É um erro apostar tudo na capacidade que terá a programação de rádio e TV de impulsionar ou, até, de salvar uma candidatura em 2018. Erro apenas, reforçando, se for uma aposta única, esquecendo-se de várias outras ações de comunicação que precisam vir junto. Ou seja, há, ainda, um papel de importância que cabe àquelas peças de divulgação que se espalham pelos horários que a justiça eleitoral oferece a partidos e candidatos, mas ela é relativa.
As redes sociais absorveram uma parte boa do espaço de influência que antes cabia ao horário de rádio e TV, cuja temporada eleitoral de 2018 terá início hoje. É o que explica, por exemplo, a musculatura que ganhou a candidatura de Jair Bolsonaro, nome que tem sido capaz de provocar grandes mobilizações no mundo virtual sempre que citado ou vinculado a alguma situação.
Na perspectiva da campanha nacional do PT, ao contrário, a propaganda eleitoral ganhou peso decisivo. Fora do noticiário da maior parte das redes de TV e rádio, sob a alegativa questionável de que não há campanha petista porque Lula está preso, o partido precisará de cada segundo oferecido pela exigência legal para passar sua mensagem.
Portanto, o cenário nacional ainda consegue estabelecer alguma expectativa sobre o que está por vir a partir da invasão da política e dos políticos nas programações de emissoras. É que, no caso da disputa cearense, com o quadro mais acomodado, será ainda mais desafiador àqueles que partem em desvantagem uma reversão a partir apenas do uso, por eficiente que seja, do tempo de rádio e TV. Ele até pode ser importante, mas nunca será suficiente.
*Guálter George
Editor de Política do O POVO.