Após o fim da suspensão, dois dos advogados que respondem a processo referente à operação Expresso 150, Fernando Carlos Feitosa e Michel Sampaio Coutinho, conversaram com O POVO sobre a volta ao exercício da advocacia. Ambos seguem respondendo a processos administrativo e criminal, mas já podem voltar a atuar. A operação investiga compra e venda de decisões liminares no Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).
Em nota, Fernando Feitosa faz um agradecimento à família e cita a esposa e os filhos, além do pai, o desembargador Carlos Feitosa, “pela força constante e apoio incondicional” durante o período. O advogado reforça que, agora, só deseja retornar à profissão. “Tenho passado maus bocados nestes últimos tempos”, disse.
Ele afirma que ainda existe recurso para ser julgado sobre a decisão do conselho da Ordem dos Advogados do Brasil – Ceará (OAB-CE) para aplicação da pena de expulsão, “garantindo, assim, que eu volte a desenvolver com nobreza minha profissão, aquela que abracei há 16 anos e que tenho o maior prazer e orgulho de exercer”, projetou.
O também advogado Michel Coutinho demonstrou otimismo semelhante. O POVO teve acesso a um grupo de WhatsApp em que 150 advogados prestam apoio ao criminalista.
Ele afirma que a absolvição dele no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde tramita recurso, “é uma questão de tempo”. “Quem teve acesso ao processo sabe da minha inocência e, por isso, tenho o apoio dos colegas causídicos”, comenta. “Gratidão a Deus pelo retorno, à minha família e filhos que sempre me apoiaram, bem como a centenas de advogados”, divulgou Coutinho, em nota.
Para entender
Os advogados foram suspensos por 15 meses, enquanto o processo tramitava no Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados. Eles recorreram da decisão do órgão junto ao Conselho Federal. O advogado Mauro Rios segue suspenso, pois o período de suspensão dele é de 24 meses.
Oito advogados foram denunciados pelo esquema. Mais de 20 foram conduzidos de forma coercitiva à Polícia Federal durante a operação.