
Em artigo sobre a retomada do comércio varejista no Ceará, o consultor em finanças Fabiano Mapurunga aponta que as empresas devem apostar em formação profissional e na melhora contínua do conhecimento, para resultados cada vez mais consistentes. Confira:
O comércio varejista cearense vem apresentando um relativo crescimento em seu volume de negócios como aponta a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a qual indica que o volume de vendas deste setor cresceu 5,1% no comparativo entre janeiro deste ano e o mesmo período do ano passado. Embora esse indicador tenha suas concentrações em alguns subsegmentos como, no caso, os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que apontaram um aumento na ordem de 20,2%, no geral, ele demonstra que a atividade empresarial no comércio varejista cearense vem em uma crescente. Porém, a pergunta que se deve fazer é: Como as empresas estão administrando esse faturamento para que ele se transforme em um resultado (lucro) esperado para sustentar sua operação?
Muitos empresários ainda sentem dificuldades em conduzir os resultados dos seus negócios de forma coerente com as necessidades de sua estrutura operacional, por não se utilizarem de ferramentas e de indicadores que possam lhes dar uma melhor visão para sua gestão. Grande parte destas empresas apresentam dificuldades em ter um controle eficiente de fluxo de caixa, para que possam programar seus pagamentos e recebimentos sem cometer furos orçamentários. Outras mesmo, nem possuem um Planejamento Orçamentário que lhes ajude a conduzir suas ações. Não conhecem o seu ponto de equilíbrio financeiro, para, dentre outras situações, conseguirem dimensionar suas atividades dentro do esquadro mínimo para pagar sua operação e muitas vezes tomam decisões de captação de empréstimos que, em muitas ocasiões, podem prejudicar mais do que ajudar. Apresentam dificuldades em apurar seus custos, logo, não conseguem ter uma precisão na aferição do seu lucro, e assim se torna muito difícil medir o seu desempenho.
Entendo que há muito espaço para que estas empresas consigam melhorar mais ainda seus resultados. Ou seja, apenas se preocupar em aumentar o faturamento, não é o suficiente para manter a empresa em pleno funcionamento. É preciso que as empresas busquem sempre, mais formação profissional para que haja uma real consistência em seus resultados.
Segundo o Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará), a representatividade da indústria de transformação e do comércio no PIB cearense são, respectivamente, 8,5% e 15%. Para o Instituto, estamos continuamente avançando para um aumento do PIB em 2018, impulsionados pelo consumo das famílias que movimenta as indústrias mais importantes do Estado, entre elas estão a confecção, a têxtil e de calçados.
Dentre tantos segmentos de grande representatividade para a economia cearense, e que apresentam carência nos pontos de gestão acima levantados, gostaria de citar a indústria de confecções, onde percebemos, assim como em todas as outras, um grande potencial de melhora em seus resultados, com o emprego contínuo destas ferramentas de gestão.
Acreditamos que as entidades de classe, como o Sindiconfecções e outros sindicatos, sejam peças fundamentais para apoiar os empresários na busca pelo conhecimento de técnicas de gestão que possam apoiar na melhora dos seus resultados financeiros.
Somos um Estado forte, com empresas comprometidas e ávidas em contribuir com o nosso crescimento econômico. E acredito mais ainda, que se estas empresas apostarem em formação profissional e na melhora contínua do conhecimento, conseguirão ter resultados cada vez mais consistentes.
Fabiano Mapurunga
*CEO da Go Partners Consultoria em Finanças e Negócios. Mestre em Administração com ênfase em Finanças. MBA em Gestão de Negócios. MBA em Gestão Financeira e Controladoria. Contato:
fabianomapurunga@hotmail.com/ Whatsapp: (85) 99602 4558