Com o título “As Entidades Sem Fins Lucrativos e o Pioneirismo da Gestão Hospitalar do ISGH”, eis artigo de José das Graças Costa da Silva, sociólogo, ex-conselheiro municipal do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), ex-conselheiro tutelar do município de Fortaleza e consultor para Projetos Sociais. Ele aborda os 15 anos do ISGh. Confira:
Faço parte com muita honra de uma geração genuinamente de ongueiro. Desde o movimento pela Anistia, redemocratização política, movimento pelas diretas, extinção do código do menor e a ascensão do Estatuto da Criança e do Adolescente, estive participando de forma efetiva, organizando encontros, seminários, passeatas, demarcando minha ação na tentativa de vivenciarmos contextos sociais onde a garantia de direitos fosse um processo natural da condição humana.
As ONG(s) com trajetórias marcada pela ética exerce um papel fundamental, contribuindo nas elaborações de políticas públicas, instigando o poder publico para intervir de forma consistente na melhoria das condições de vida da população. A forma como utilizam os recursos captados, a dinâmica do fazer e a proposta pedagógica são os pontos fortes das entidades não governamentais que em sua história zelaram pelo cuidado com os recursos, dimensionando ao seu público alvo as melhores condições de acolhimento.
O país abriga cerca de 350 mil entidades de assistência social, que empregam 2,5 milhões de pessoas e 15 milhões de voluntários. A grande maioria dessas entidades utilizou de forma adequada os recursos captados com impactos visíveis
Os recursos públicos chegam às entidades através de forma transparentes, aberta as instituições, onde democraticamente as propostas são contempladas, dentro de um ritual legal, com cronogramas de aplicação dos recursos distribuídos na perspectiva de cada realidade. Quem conhece o cotidiano destes contextos sabe como se dá a complexidade da aplicação desses recursos.
Conheci o Hospital Waldemar de Alcântara cuja gestão é gerida pelo INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR – ISGH, através de um acompanhamento familiar no qual tive envolvimento afetivo forte na articulação de uma rede de apoio ao seu bem estar. Despertou minha curiosidade naquele contexto hospitalar, três aspectos que o Serviço de Saúde Pública ignora: Um olhar sensível na dor humana; A personalização no atendimento (experiência do programa SAD/PAD), executado pelo hospital em atendimento domiciliar, no qual a paciente que acompanhei foi cuidada de forma extremamente digna; Uma presença qualitativo-quantitativa na atenção ao universo do paciente, executada de forma profissional e com muita dignidade.
A paciente que acompanhei no Hospital Waldemar de Alcântara faleceu há quatro meses. Todas as condições de suavizar sua dor ela recebeu, através da equipe do SAD/PAD, em visitas domiciliares, com profissionais de diversas áreas, dentre as quais psicologia, nutrição, fisioterapia, clínica médica, enfermagem, etc.
Mergulhei no universo do ISGH, seu estatuto, proposta pedagógica, relatórios divulgados em seu Site de forma transparente e como militante da área do terceiro setor vejo a experiência da aludida entidade como inovadora e impactante, dentro de um processo de convivência de dois anos e três meses de relacionamento que convivi.
Que os 15 anos que o órgão está comemorando sirvam para revitalizar as boas iniciativas e ampliem suas ações para que mais pacientes sejam beneficiados.
*José das Graças Costa da Silva, sociólogo, ex-conselheiro municipal do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA), ex-conselheiro tutelar do município de Fortaleza e consultor para Projetos Sociais. Ele aborda os 15 anos do ISGh.
*Jose.projetosociais@hotmail.com