
Robinson de Castro é o presidente do Ceará Sporting Club.
Com o título “Mudanças na Copa do Nordeste”, eis o Editorial do O POVO desta sexta-feira, Aborda o arranjo que o meu Ceará, com outros clubes de Pernambuco e Bahia, quer fazer para garantir vaga no certame de 2017. O alvinegro está fora da decisão do campeonato estadual e, portanto, sem passaporte para a competição nordestina. Confira:
É certo que atravessamos uma das piores crises de ética no País. Os exemplos que vêm de Brasília ou mesmo dos estados onde vivemos são desanimadores. E a impressão que se tem é que a falta de vergonha para se cometer o ilícito ou arranjar um “jeitinho” para burlar a regra, a lei ou o acordo é parte do jogo social. Mas não pode ser. Por isso, é necessário cuidado ao analisarmos novas possibilidades.
Vem do futebol, área costumeira para a burla e aceitação dela como normal, mais um exemplo questionável para as gerações de meninos e meninas que estão formando o que se costuma chamar de caráter.
Está em curso, segundo apuração do repórter André Victor Rodrigues, do O POVO, um plano de reforma nas regras de participação na Copa do Nordeste. Seria uma tentativa, por parte das federações dos estados do Ceará, Bahia e Pernambuco, de ter um tratamento diferenciado.
Fora da disputa da Copa do Nordeste de 2017, porque não conseguiu chegar às finais do Campeonato Cearense deste ano, o Ceará Sporting Club engrossa o coro de que o critério de participação deve ser alterado. A proposta é substituir o atual regulamento por um misto que inclua o ranking geral de clubes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
É legítimo discutir mudanças nos critérios de participação para que o negócio seja sustentável. Com cotas justas para os clubes e receitas compensadoras para os canais que transmitem os jogos da Copa do Nordeste. Mas é preciso que a discussão seja compartilhada e não fique restrita aos cartolas dos times grandes da Região.
Pela nova regra, além de o Ceará ser beneficiado, clubes pequenos do Nordeste diminuiriam cada vez mais as chances de participação na competição. Repete-se na Região, de certa forma, o que tanto as federações nordestinas reclamam da CBF em relação à participação nas competições nacionais.
Para que a Copa do Nordeste não perca credibilidade e sustentabilidade, nem o torcedor deixe de prestigiá-la em frente à TV ou nos estádios, a sugestão é que se amadureça a discussão, e as novas regras, se aprovadas democraticamente por todas as federações, passem a valer apenas em 2018.
Seria mais isento e ético.