
Com o título “Mascarados, não!”, eis título do artigo da jornalista Adísia Sá, que pode ser lido no O POVO desta terça-feira. Ela condena manifestante que usa máscaras em manifestações e elogia atitude adotada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro proibindo tal postura. Confira:
O exemplo vem do Rio de Janeiro: “O projeto de lei que proíbe o uso de máscaras ou qualquer outra forma de ocultar o rosto em manifestações populares no Rio de Janeiro, foi aprovado ontem em regime de urgência na Assembleia Legislativa do Estado”. O projeto torna proibido, também, o ingresso de mascarados no Palácio Tiradentes, por ordem do presidente da Assembleia. Essa medida é fruto da constatação de que mascarados conduziam em mochilas, “armamentos”.
Sou favorável à liberdade de expressão, seja sob que forma, desde que regras de procedimento coletivo não sejam infringidas, como essa de usar a máscara como forma de liberar sentimentos e instintos agressivos, pondo em perigo a vida de terceiros. Infelizmente há quem se mascare, não como forma de crítica, mas para não ser identificado e, assim, ficar livre de qualquer punição legal.
Infelizmente em algumas manifestações públicas indivíduos mascarados se aproveitam do anonimato e saqueiam, destroem veículos, agridem e ferem e matam pessoas. Daí o meu apoio a essa proibição vinda do Rio de Janeiro e perfeitamente imitável, inclusive em Fortaleza, onde temos testemunhado a violência com que mascarados saqueiam, quebram e agridem terceiros.
Máscara em festas carnavalescas é marca registrada dessas manifestações populares, tendo inspirado e se tornado, inclusive, numa das mais belas marchinhas carnavalescas – Máscara negra, se não me falha a memória, de autor cearense.
Acredito que a medida tomada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro venha a ser seguida, não apenas no Ceará, como noutros estados. Afinal, quem vai a manifestações públicas de crítica, protesto e indignação deve ir de peito aberto e cara limpa, assumindo publicamente a sua posição. Quem usa máscara nessas ocasiões não o faz para protestar, mas para se aproveitar do anonimato e dar vazão a recalques, frustrações.
Espero que o Legislativo estadual siga de imediato essa medida de sua congênere do Rio, imitada, também, pelas Câmaras Municipais. Essa medida é lição de democracia: quem quer criticar, que o faça olho no olho, peito aberto. Esconder a cara dá atestado de insegurança quanto à sua posição e não passa de um ato, desculpem a expressão, de “frouxidão.”
* Adísia Sá
adisiasa@gmail.com
Jornalista.